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Carnaval 2012

Folião ignora 'briga' de Galo da Madrugada e Bola Preta

Disputa de 'maior bloco' não mobiliza participantes

DE RECIFE
DO RIO

Nove horas da manhã, lata de cerveja na mão, fantasia genérica de Carnaval no corpo. Começava a disputa pelo título de "maior bloco carnavalesco do mundo".

Não que os milhões de foliões que saíram ontem no Galo da Madrugada (de Recife) e no Cordão da Bola Preta (do Rio) parecessem se importar com a competição.

O Galo disse ter atraído 2 milhões de pessoas, média dos anos anteriores; o Bola, 2,5 milhões -no ano passado foram 2 milhões.

Mas, para a maioria dos que os acompanhavam, não se tratava de "meu bloco é maior do que o seu". O negócio era ver amigos, cantar frevos ou marchinhas, beber, se divertir.

No Rio, o Bola serviu mais como pretexto para que os cariocas ocupassem as ruas -e não só a av. Rio Branco (num trecho de 1,5 km), por onde passaram seus quatro carros.

Inúmeros grupos de anônimos marcaram encontros durante o desfile e montaram infraestrutura para isso: cercaram espaços nas calçadas, levaram churrasqueiras, isopores, mesas e cadeiras.

A cada esquina era possível ver esses "camarotes" improvisados. Enquanto o Bola não chegava, o funk e o axé dominavam as caixas de som.

Em Recife, as "áreas VIPs" eram as sacadas do prédios ao longo do trajeto de 6 km por que passou o Galo -há, de fato, um boneco gigante da ave, assim como no Rio boa parte dos foliões saiu com roupas de bolinhas pretas.

CELEBRIDADES

O cortejo pernambucano, que começou sob chuva, é mais longo (nove horas, contra seis do carioca) e maior em estrutura: foram 30 trios elétricos, tocando frevo e outros ritmos do Estado, acompanhados de cantores como Alceu Valença e Elba Ramalho.

As celebridades do Bola eram a cantora Maria Rita (madrinha do cordão) e as atrizes Leandra Leal (porta-estandarte) e Desireé Oliveira (rainha). A trilha sonora, marchinhas e sambas-enredos clássicos.

Os dois blocos relembraram personalidades locais: o Bola Preta homenageou Mário Lago (1911-2002), e o Galo celebrou o centenário de Luiz Gonzaga (1912-1989).

"O Bola Preta não abre apenas o Carnaval do Rio, ele abre o Carnaval do Brasil", disse Pedro Ernesto, presidente do bloco, à multidão. Em Recife, Rômulo Menezes, presidente do Galo, preferiu não polemizar sobre a disputa. "Cada um que cuide do seu."

Os dois desfiles não tiveram incidentes graves.

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