Reforma da Roosevelt impulsiona novas obras

Antes, Gilberto Ângelo, 55, quase não levantava as portas de ferro que escondiam o espaço do bar onde trabalha, no entorno da praça Roosevelt, região central da cidade. "Os shows aconteciam sempre com tudo fechado e segurança na entrada", diz.

Hoje, iniciou reformas e chegou a colocar mesas nas calçadas. Não foi o único. Depois de ressurgir com a chegada de grupos de teatro há cerca de 12 anos, todo o entorno da praça começa uma nova fase de transformações.

A expectativa da primeira etapa de revitalização da praça, prevista para ser entregue em agosto e prometida há pelo menos sete anos, está gerando uma série de reformas particulares na região.

Até há pouco restritas aos tapumes coloridos que cercam a antiga estrutura, as mudanças agora atingem bares, teatros, apartamentos e até a igreja da Consolação.

Lá, um terreno hoje fechado por cercas de ferro vai se transformar em um playground para crianças e espaço de ginástica para idosos. Antes, o espaço, recém-cedido à igreja, era inutilizado.

O padre José Roberto Pereira, 37, diz esperar que a nova praça traga mais segurança. "Vamos formar um espaço de convivência", diz.

NOVO REPERTÓRIO

Essa também é a estratégia de Zarur Borjaum da Rosa, 46, o Biro, que acaba de transformar uma loja de produtos naturais em um bar na rua Martins Fontes. "Quando soube que iam entregar a obra, pensei: é a hora de ir para a praça", disse.

O investimento, no entanto, é alto -só o aluguel do espaço custa R$ 6.000.

Há quem planeje mudanças. Arlete Ardanuy Vassalo, 66, dona do Papo, Pinga e Petisco, o PPP, diz que vai esperar a praça ficar pronta antes de decidir o que fazer. "Se der certo, pode ser que eu faça uma reforma nos fundos."

Já o Mini-Teatro espera ficar de "cara nova" já em março, segundo o diretor da Companhia da Revista, Kléber Montanheiro, 41. Com a reforma, o espaço próximo à bilheteria, por exemplo, passa a acolher 42 pessoas. Hoje, são 30. "A praça está ficando pronta, e temos um novo repertório. É a hora", diz.

O secretário de Infraestrutura e Obras (Siurb), Elton Zacharias, afirma que a fase a ser entregue é a primeira. Para a segunda começar são necessárias desapropriações de ao menos quatro imóveis no entorno. Nesta fase será feito uma corredor cultural.