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Moradores criam movimento para manter feira livre

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde a década de 1980, ela já fazia barulho. Primeiro, reunia os moradores das casas mais próximas, especialmente idosos. Depois, passou a ser, também, um dos lugares preferidos dos jovens que esticavam a noitada na rua Augusta.

Agora, a "feirinha da Roosevelt", como é chamada, virou assunto e impulso para um abaixo-assinado que gera um zum-zum-zum entre os moradores do centro.

Os papéis para a defesa da feira -ameaçada pelas reformas da praça- estão espalhados em bares, teatros, igrejas e em diversos edifícios, como o Copan.

"Sabe que a nossa feira pode acabar?", pergunta o barbeiro e vendedor de charutos Renato Orbetelli, 64, um dos moradores mais antigos da região. A frase, repetida exaustivamente nos últimos dias pela vizinhança, revela um dos efeitos da megarreforma que começou na praça em setembro de 2010 e deve terminar em agosto.

A confusão começou quando feirantes receberam, há cerca de três semanas, um comunicado da prefeitura. Nele, a mensagem de transferir a feira para outra rua e reduzi-la em 50%. Segundo o documento, ela também poderia ser suspensa por dias ou até mesmo extinta.

Os feirantes reclamaram. "Somos cultura também", disse Eurides Pereira Costa, a dona "Branca" do comércio de frutas. Sinésio Medeiros Correa de Melo, 56, conhecido pela "barraca do Sinésio", há 27 anos no local, engrossou o coro. "Feira é atração turística", afirma. "O que tem de gringo que aparece e tira fotos da feira é uma coisa de louco", completa o vendedor.

Clientes e moradores também se manifestaram. A maioria diz que faltam supermercados e mais feiras naquela região. "Não tem nada por perto. Vou comprar onde?", diz a aposentada Maria Aparecida Patriani, 80.

AVISO AO FEIRANTES

Segundo a Coordenação das Subprefeituras, a reforma em algumas calçadas próximas à feira pode fazer com que ela seja transferida.

Afirma que o documento, no entanto, foi apenas um "aviso" aos feirantes. Diz mais: que a feira poderá passar por mudanças em breve devido à nova praça, mas que não corre risco de ser extinta. Detalhe: "Neste momento".

A transferência foi confirmada pelo subprefeito da Sé, Nevoral Bucheroni.

O presidente da Ação Local Roosevelt, Luis Cuza, diz que a praça teve a primeira feira como vizinha em 1951.

Já a feira, como é hoje, começou em 1980.

"Esperamos a praça com muita expectativa, mas a feira também precisa ficar aqui", afirma ele.

(NC)

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