Guarujá tem 70% das praias impróprias

A orla do Guarujá, apesar do sol e do calor dos últimos dias, não tem sido muito convidativa ao banho de mar. Dados da Cetesb mostram que 70% das praias da cidade estão contaminadas.

O boletim semanal da agência ambiental paulista é feito com medições da última semana, mas considera também as classificações das cinco semanas anteriores.

De acordo com o boletim divulgado ontem, apenas Pernambuco e Tombo estão com 100% de suas áreas próprias. Perequê, como é tradicional, Astúrias e Guaíuba estão totalmente impróprias.

Enseada e Pitangueiras estão apenas parcialmente próprias ao banho de mar.

O problema da balneabilidade do Guarujá fica mais realçado quando se faz uma comparação com outras cidades da Baixada Santista, que costumam ter mais praias poluídas ao longo do ano.

De acordo com os mesmos dados da Cetesb, Santos está com 100% da suas praias próprias. Na Praia Grande, 55% do litoral da cidade está apto para um mergulho.

No Guarujá, quem nada na praia da Enseada, por exemplo, convive, muitas vezes sem se dar conta, com a bandeira vermelha do órgão ambiental desde o início do ano.

A reportagem da Folha esteve na praia da Enseada, nos dois pontos considerados poluídos pela Cetesb.

Uma família do interior de São Paulo, que preferiu não se identificar, saiu da água quando foi informada da bandeira vermelha bem em frente ao local onde estava.

Na Enseada, onde nem mesmo os guarda-vidas sabiam informar as condições de balneabilidade da praia, a sinalização ambiental fica no calçadão, um pouco longe da vista de quem está na beira do mar.

BANDEIRAS

O motivo das bandeiras vermelhas serem hasteadas é tanto o esgoto clandestino quanto a chamada poluição difusa -ou seja, as fezes do cachorro que da calçada é carregado pela chuva até o mar.

De acordo com dados da Sabesp, apesar de existir uma rede oficial de esgoto passando sob as ruas, 37% das residências ainda não fizeram a conexão ao sistema oficial.

É o segundo maior número entre as cidades do litoral sul. Enquanto Praia Grande tem 0% de ligações pendentes, Mongaguá, a primeira da lista, tem 45%.

Parte destes locais que não são conectados à rede pública lança seus dejetos em fossas. Mas outra parte acaba despejando tudo em rios ou galerias pluviais.

E tudo, então, vai para o mar, informa a Sabesp.