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Obra municipal obriga pedestre a atravessar prédio em ruínas

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As obras de revitalização do largo da Batata, região histórica de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, não só estão atrasadas em relação ao prazo dado pela própria prefeitura como, nesta semana, passaram a oferecer riscos aos pedestres que andam ali.

No cruzamento da avenida Brigadeiro Faria Lima com a rua Martim Carrasco, os responsáveis pela obra criaram no sábado um túnel que obriga os pedestres a atravessarem por dentro de um prédio semidemolido, em ruínas.

Pela esquina, a poucos metros da estação Faria Lima, circulam muitas pessoas, a maioria a caminho do metrô.

A passagem feita cheira a fezes, pois moradores de rua dormem nela à noite; está repleta de entulho e tem pedaços de concreto pendendo de um buraco no teto. Mas não resta outra opção a quem está a pé -a calçada está em obras.

Na parede de um lado do prédio, uma mensagem improvisada avisa: "Acesso".

"É um cheiro horrível e parece que vai desabar. À noite eu não passaria. Achei muito precário", disse a farmacêutica Ana Lúcia Paiva, 34.

Um dos operários que trabalha na reforma não acredita que o prédio ofereça riscos. "A estrutura é forte", afirmou.

Ele, porém, disse não saber quem pintou a mensagem na entrada do "túnel". "Mas está meio esquisito, não está?"

No local funcionava uma loja de roupas de bebê, segundo Edilson Ferreira, 33, que trabalha numa banca de jornal próxima. Todo o quarteirão de comércio popular foi desapropriado pela prefeitura para ceder lugar a uma praça.

A revitalização da região começou em 2008. Em 2010, a prefeitura disse que a atual etapa -de construção da praça- terminaria em dezembro de 2011, o que não ocorreu.

Pedro Evangelista, diretor da SPObras, da prefeitura, disse que pedirá "uma revisão" na passagem de pedestres, para diminuir os transtornos.

Ele afirmou ainda que a praça ficará pronta no primeiro semestre de 2013 e que, antes dela, será entregue o terminal de ônibus Pinheiros -incluído no mesmo pacote de intervenções. As obras, disse, levam tempo devido às desapropriações na Justiça.

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