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Acidente com motociclista é o único que cresce em SP

Número de vítimas desse tipo cresce 14% de 2006 a 2011, segundo o HC

Dados do hospital, que atende casos graves, mostram queda em ocorrências com carros, bicicletas e pedestres

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

O veterinário João Vitor de Oliveira, 29, fazia o percurso diário entre a av. Nove de Julho e o Morumbi, em São Paulo, quando sua motocicleta foi prensada entre um carro e um ônibus. Ele caiu e teve a perna esquerda esmagada.

João Vitor engrossou as estatísticas de acidentes de trânsito do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, complexo que atende os casos mais graves em São Paulo.

Levantamento feito pelo HC a pedido da Folha mostra que, de 2006 a 2011, houve aumento de 14% dos motociclistas acidentados. Enquanto isso, outros acidentes de trânsito (envolvendo carros, bicicletas e pedestres) caíram.

Os acidentes de motos também são piores em todas as outras estatísticas disponíveis: do Ministério da Saúde, da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do Dpvat (seguro obrigatório) -segundo este último, os mais fatais: 27% dos condutores de motos morreram, contra 13% nos carros e 4% nos caminhões.

O HC não tem o índice de mortos, mas, segundo Jorge dos Santos Silva, diretor clínico do IOT, é "significativo" no primeiro atendimento.

"A postura um pouco intrépida dos motociclistas talvez seja o maior problema. Eles têm que se proteger. Falta educação para direção defensiva", afirma a médica Júlia Greve, do IOT, que coordena o blog hcemmovimento.blogspot.com.br, criado há quatro meses como parte do programa do hospital para conscientizar motociclistas e motoristas contra acidentes.

EM RECUPERAÇÃO

João Vitor, que abre o texto, sofreu o acidente em novembro e hoje faz fisioterapia -o tratamento irá durar mais um ano. Ele atribui o acidente à desatenção da motorista do carro e à imprudência do condutor do ônibus.

Especialistas apontam ainda a falta de educação de motociclistas sobre os riscos que correm, a falta de proteção do veículo e do capacete e problemas na fiscalização e na lei -que não explicita o problema de pilotar entre carros.

"Os radares atuais não leem placas de motos. Tem que pôr mais radares e câmeras e aumentar a fiscalização", diz Flamínio Fichmann, urbanista especialista em trânsito.

O engenheiro Creso Franco Peixoto, professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana), diz que capacetes devem ter validade de três anos -a partir daí, reduz a capacidade de absorver choques.

Outra explicação é o aumento da frota (40% desde 2008); a de carros cresceu 15%, diz o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

FOLHA.com
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folha.com/no1073637

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