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Bando faz arrastão em repúblicas de alunos estrangeiros

Criminosos levaram R$ 15 mil, notebooks, celulares, relógios e carros de moradores de prédio na Bela Vista

Entre as 18 vítimas, 13 moram em repúblicas de estudantes e vieram de países como França, Suíça, Polônia e Itália

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Após a onda de arrastões em apartamentos de classe média alta, ladrões de São Paulo decidiram inovar. Na noite de anteontem, um bando roubou moradores de um prédio onde ficam repúblicas de estudantes estrangeiros, na avenida Nove de Julho, na Bela Vista (centro).

Entre as vítimas estão cinco brasileiros e 13 pessoas de outros países como Itália, Polônia, Colômbia, França, Alemanha, Holanda e Suíça.

A maioria desses estrangeiros estuda ou trabalha na Fundação Getulio Vargas, que fica a pouco mais de um quilômetro do local do crime.

Eram 22h de domingo quando um dos moradores foi rendido por cinco homens armados e encapuzados na entrada do prédio. Eles obrigaram o porteiro a abrir a garagem, por onde entraram outros dez ladrões.

Cada pessoa que chegava ou saía do prédio era obrigada a levar os ladrões para o seu apartamento. Depois de entregar seus bens, eram trancadas, amarradas e amordaçadas em um apartamento do décimo andar. Das 15 unidades do prédio, sete foram roubadas pelo bando.

A ação durou cerca de três horas. Quando a PM foi acionada, os bandidos já tinham fugido com R$ 15 mil em dinheiro (nesse cálculo havia dólares e euros), nove notebooks, celulares, relógios, óculos e dois carros.

Uma das vítimas, uma brasileira de 30 anos, disse que os criminosos foram agressivos. "Deram até uma coronhada em um 'gringo' que não estava entendendo o que eles diziam", afirmou.

Esse foi o nono arrastão deste ano em São Paulo. Segundo o Deic (departamento que investiga o crime organizado), sete casos já foram solucionados.

Ao contrário dos outros casos, quando o que chamava a atenção dos criminosos era a estrutura de cada prédio assaltado, nesse o chamariz para os ladrões foi o fato de o espaço concentrar um número grande de estrangeiros.

Uma das vítimas -um brasileiro de 69 anos- acabou presa quando foi registrar um boletim de ocorrência.

A polícia constatou que havia dois mandados judiciais de prisão contra ele em aberto. Um, de 1999, emitido pela Justiça de Goiás. O outro, do ano passado, feito pelo Judiciário paulista. Ambos pelo mesmo motivo: não pagamento de pensão alimentícia.

Ontem, 12 dos 13 estrangeiros se mudaram do edifício.

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