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Outro Lado Não há prazo para fim do tráfico, diz polícia Com 404 presos e 104 foragidos capturados, ação foi bem-sucedida até agora, afirma a secretária da Justiça
As polícias Civil e Militar disseram que não há prazo para acabar com o tráfico de drogas na cracolândia, na região central de São Paulo. "Não posso estabelecer uma data, porque, sempre que tiver usuário, vai ter traficante. Por isso, a ação na cracolândia não é só de polícia, mas também social", afirmou o delegado Wagner Giudice, diretor do Denarc (departamento de narcóticos). No início da operação, o então comandante-geral da PM, Álvaro Camilo, disse que em 30 dias o tráfico de crack seria interrompido na região. Dias depois da declaração, o coronel Pedro Borges, que era o chefe da área central na época, afirmou que era uma utopia acabar com o tráfico. Ontem, por e-mail, o chefe interino da PM na região central de São Paulo, major Eder Ken Shiikuma, também não quis estipular uma data para acabar com a venda de drogas na região. Questionado sobre o assunto, ele preferiu falar sobre a quantidade de prisões de suspeitos. Segundo os dados oficiais, desde janeiro, quando iniciou a operação, policiais e guardas metropolitanos prenderam 404 pessoas em flagrante e capturaram 104 condenados que estavam foragidos. Em abril, conforme a PM, houve uma redução de 300 para 80 policiais que atuam na área. Essa diminuição só aconteceu porque seis bases comunitárias móveis foram instaladas na região. Para a secretária da Justiça da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Eloisa Arruda, os números mostram que, até agora, a ação foi bem-sucedida. "Aquele formato que existia, com até mil pessoas pelas ruas consumindo crack, acabou. Hoje, o que existe naquela região são umas 80 pessoas que persistem em ficar ali. Uma coisa é certa: não vamos desistir dessas pessoas", afirmou a secretária. DIFICULDADE Nos últimos cinco dias, a reportagem entrevistou 34 moradores e comerciantes da Luz e lhes perguntou o que achavam da operação. Desses, 30 disseram que ainda estão incomodados com o trânsito dos usuários e dos traficantes pelas ruas. Os outros quatro afirmaram que estão contentes com a ação. Para policiais militares ouvidos pela Folha, a dificuldade em diminuir ainda mais o fluxo de viciados acontece principalmente na hora de comprovar o porte de droga. A orientação do Comando da PM é que qualquer usuário que esteja com a droga deve ser detido e encaminhado para uma delegacia, onde assina um termo e é liberado. Ocorre que, assim que são revistados, os dependentes conseguem se livrar da pedra, jogando-a no chão e pisando, o que acaba com a prova que precisa ser apresentada ao delegado. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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