Outro lado

Ajuda chegará na próxima semana, diz prefeitura

A Prefeitura de Anamã, que está em situação de emergência desde a segunda quinzena de abril, aguarda uma brecha na agenda do governador Omar Aziz (PSD) para receber ajuda humanitária, que inclui uma bolsa de R$ 400 por família.

A entrega da "bolsa enchente" se transformou em evento político. No fim de abril, o governador do Amazonas e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), viajaram ao Estado para entregar os benefícios a vítimas de enchentes de oito municípios.

Questionado sobre o motivo de a ajuda não ter chegado a Anamã, o prefeito Jecimar Matos (PSD) disse: "O governo trabalha assim: ele espera a calamidade para tentar resolver. O governador está andando nos alagados de Manaus. O vice-governador [José Melo, PMDB] confirmou que até o início da semana que vem eles vão entregar os cartões de R$ 400".

Ele justificou que a entrega do benefício é uma "ação de Estado" que depende do governador. "É questão de agenda. Como ele não tem agenda, está certo que o vice vem."

Sobre a ausência de médicos na balsa, o prefeito disse que o município tem quatro médicos, que não estavam presentes porque o hospital ainda está sendo equipado.

A assessoria do governador informou que um mutirão será realizado para entregar a "bolsa enchente" para as famílias atingidas pela cheia no Amazonas. "Eu não poderei ir a todos os municípios e as famílias que estão dentro d'água não podem esperar. Por isso, vamos nos dividir em equipes", disse Aziz, em nota.

A Defesa Civil Estadual informou que a ajuda para Anamã seguirá na próxima semana e incluirá mil cestas básicas, medicamentos e R$ 400 para 1.726 famílias. A "bolsa enchente" é financiada pelos governos federal e estadual.

O Ministério da Integração Nacional diz que já repassou R$ 10,5 milhões ao Estado. Já a Prefeitura de Anamã gastou R$ 150 mil no combate à cheia.