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Paixões indianas põem os diplomatas em alerta Casos de brasileiras enganadas por indianos chamam a atenção do Itamaraty Embaixada na Índia relata aumento de pedidos de auxílio financeiro depois de romances malsucedidos FLÁVIA FOREQUEJOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA Eles têm entre 20 e 30 anos, se mostram carinhosos e dizem querer casamento. Elas estão na faixa de 40 a 60 anos, são solteiras ou divorciadas e mal falam inglês. Esses personagens se transformaram, nos últimos anos, em um problema atípico: casos de brasileiras apaixonadas por indianos que conheceram na internet, viajaram para o país e, enganadas ou desiludidas, recorreram às autoridades diplomáticas. A partir de 2010, a Embaixada do Brasil em Nova Déli começou a receber demandas por auxílio financeiro para o retorno das brasileiras, apoio jurídico em casos de conflitos e registros de casamento indo-brasileiros. Em julho de 2011, um telegrama enviado a Brasília pela Embaixada na Índia relatava um desses episódios. "Supõe-se tratar de novo caso de malogrado namoro estabelecido pela internet, tendo em vista a observada frequência com que indianos (...) ludibriam cidadãs brasileiras sobre suas reais condições sociais e estado civil ou mesmo utilizam-se desses relacionamentos para fins como estelionato e imigração irregular", dizia um trecho. 'SÍNDROME DE RAJ' Além disso, partem dos indianos vários pedidos de visto para viagens ao Brasil, em que alegam a intenção de visitar namoradas ou mulheres. Grande parte dos pedidos é negada, pois eles não preenchem requisitos básicos, como comprovação de recursos para estadia no país. Pedidos de casamento por procuração também são negados -ambos devem estar presentes. A embaixada registra até 30 casos por semana de indianos que buscam a representação com esses fins. A popularização do Orkut e do Facebook, em que predominam brasileiros e indianos, e a novela "Caminho das Índias", exibida em 2009 pela Rede Globo, são apontadas pelo Itamaraty como os catalisadores do fenômeno. "Raj [protagonista da novela, vivido pelo ator Rodrigo Lombardi], esse cara é o meu problema. O personagem da novela se materializou no Orkut", diz, bem-humorado, Marcelo Ferraz, diplomata da Divisão de Assuntos Consulares em Brasília. Para Amit Shukla, chefe da chancelaria da Embaixada da Índia no Brasil, o fenômeno não chega a ser um problema, mas surpreende. "Quando damos vistos às brasileiras não perguntamos que turismo vão fazer. Não existe um visto 'romântico'", diz. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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