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Após neblina e caos, passageiros passam madrugada em Congonhas

Alegando falta de vagas, empresas aéreas deixam clientes sem hotel

MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO

Sem ter onde ficar, passageiros tiveram de passar a madrugada de ontem em Congonhas, São Paulo, por conta do nevoeiro que fechou o aeroporto e provocou cancelamento de voos e caos na noite anterior.

Da Gol, foram 30 passageiros que o Procon constatou terem ficado sem acomodação, o que infringe resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) segundo a qual as empresas são obrigadas a providenciar hospedagem ou pagar transporte se o atraso exceder quatro horas.

A empresa disse que não havia vagas em hotéis para todos e, de cerca de 2.000 passageiros, conseguiu atender 1.970. Restaram os 30 sem hotel.

A TAM também apontou falta de vagas nos hotéis.

No entanto, diz Bruno Omori, presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), havia, sim, vagas. Ele estima que eram cerca de 4.000 quartos livres, algo em torno de 9% das 42 mil existentes em hotéis na cidade.

O que acontece, diz, é que as companhias aéreas mantêm poucos hotéis sob contrato. E, quando precisam de mais vagas, como em uma situação excepcional, não encontram.

"Falta às empresas manter um relacionamento com outros hotéis, descer um pouco do pedestal", afirma.

"Nessas situações de emergência a companhia liga em um hotel dizendo que precisa de 20 vagas. O hotel sabe que a empresa não é cliente e, claro, vai priorizar os hóspedes que já são dele."

TAM e Gol não comentaram.

O Procon notificou as duas companhias áreas para que apresentem justificativas sobre falta de assistência aos passageiros.

No juizado especial cível do aeroporto, cinco passageiros abriram processos: dois contra a TAM, dois contra a Gol e um contra a Avianca.

SEM NEBLINA

O dia de ontem em Congonhas começou com atrasos, porque muitos aviões não haviam conseguido chegar ao aeroporto na noite anterior. Durante o dia, e sem neblina, a situação se normalizou.

Das 6h às 19h, 24% dos voos haviam atrasado.

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