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Vereador pediu propina para excluir shoppings de CPI, diz executiva

DE SÃO PAULO

O vereador Aurélio Miguel (PR) teria cobrado R$ 200 mil de cada shopping do grupo Brookfield para que eles não constassem do relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do IPTU.

A acusação é de Daniela Gonzalez, ex-diretora da BGE, empresa da Brookfield responsável pela administração de shoppings. Miguel era o presidente da comissão, que fez várias diligências em shoppings da cidade.

Nenhuma irregularidade dos shopping da Brookfield é citada no relatório. Outros empreendimentos tiveram grande aumento do valor do IPTU porque a CPI apontou irregularidades.

A comissão apurou fraudes no lançamento de IPTU na cidade em 2009 e 2010.

Daniela não apresentou documentos relacionados a essa propina. Miguel nega.

NOVA TESTEMUNHA

Além de Daniela, a Promotoria ouviu outra ex-funcionária da multinacional, que confirmou as acusações. A Folha já havia entrevistado a mulher, com o compromisso de não revelar sua identidade.

No depoimento, ela diz que a versão de Gonzalez é verdadeira e que o pagamento de propina era tratado de forma aberta na empresa.

A ex-funcionária, também do setor financeiro da empresa, disse ter participado das tratativas de pagamentos de propina que, segundo ouviu, seriam para Aurélio Miguel.

Segundo a mulher, o dinheiro seria entregue pelo dono de uma empresa que atua como despachante, a PAN. Ela disse que houve necessidade de contratar carro-forte para transportar R$ 640 mil.

O dinheiro teria sido levado para a PAN e, depois, entregue Aurélio Miguel.

A ex-funcionária confirmou a versão de que houve pagamento de propina para liberar obras irregulares do shopping Higienópolis.

A Promotoria tem ao menos dez nomes de funcionários e ex-funcionários da Brookfield que devem ser ouvidos no inquérito.

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