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Depoimento

'Enquanto tiver droga este lugar vai existir', diz dependente

DE SÃO PAULO

Marcio Alencar Lincoln, 35, é usuário de crack há dez anos e há 15 dias passa por tratamento na ONG Cristolândia. Morou por seis meses na cracolândia e presenciou a ação policial. Leia o depoimento.

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"Estava num bar, em frente ao 'buraco' onde as pessoas consumiam a droga. Bebia uma pinga, tinha acabado de fumar uma pedra. De repente foi aquele monte de tiro de bala de borracha, duas pegaram nas minhas costas.

Os policiais chutavam as pessoas que dormiam e a população que usava droga foi se espalhando. Hoje a cracolândia voltou ao normal, é viciado por toda parte.

[A prefeitura] nunca me ofereceu ajuda. Eu procurei minha própria ajuda. Não conheço o complexo Prates, nunca ouvi falar. Busquei tratamento para reconquistar a minha família.

A polícia na cracolândia não resolve nada. Só serve para dispersar as pessoas. Não adianta oprimir o viciado, se quilos de droga chegam da Colômbia. Enquanto tiver a droga vai existir cracolândia. Ainda que eles coloquem o exército aqui."

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