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Associação aponta novo rumo no processo contra a Air France

Falha mecânica traz reviravolta ao caso, diz parente de vítima

DE PARIS

A revelação de que um instrumento induziu pilotos do avião da Air France ao erro e contribuiu para a queda do Airbus em 2009 deverá ter repercussão imediata na investigação da Justiça francesa.

Essa é a opinião de Bernd Gans, pai de uma passageira e representante de uma associação de familiares de vítimas alemãs.

"Essa revelação gera uma reviravolta no caso. O BEA (agência francesa que investigou o desastre) agiu para proteger a Airbus", disse.

O avião fazia a rota Rio de Janeiro-Paris e caiu no Atlântico em 31 de maio de 2009, matando 228 pessoas.

O relatório final do BEA revelou que o instrumento que aponta a trajetória a ser seguida para manter a aeronave estável ordenou que eles empinassem o bico do avião, quando eles deveriam ter feito exatamente o contrário.

Ao ser direcionado para cima, o avião perdeu velocidade e sua sustentação.

O BEA atribuiu a tragédia a um conjunto de falhas técnicas e erros humanos.

A informação do relatório deverá ser um dos principais pontos da audiência entre a juíza francesa Sylvia Zimmermann e familiares das vítimas, em Paris, na semana que vem.

A Justiça francesa já indiciou a Airbus e a Air France sob suspeita de homicídio culposo (não intencional).

Segundo o principal sindicato de pilotos da França, a investigação apontou falhas de concepção do avião.

A Folha não conseguiu contatar a Air France nem a Airbus ontem à noite.

Anteontem, a Air France disse que o avião e os pilotos seguiam parâmetros legais. A Airbus disse que adotará as recomendações do BEA.

(GRACILIANO ROCHA)

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