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Polícia Federal faz vistorias em busca de fraudes

Perguntam até sobre a sogra, conta brasileira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pode ser em apenas dez dias ou um ano e meio depois, mas uma hora acaba acontecendo: a Polícia Federal aparece de surpresa no endereço informado pelo casal recém-formado.

O que os policiais procuram são indícios de fraude nas relações entre estrangeiros e brasileiros que resolvem se casar. Procurada pela Folha, a PF disse se tratar de uma diligência normal.

Quem já passou por isso garante que não fica nada sem ser checado pelos agentes. Segundo esses estrangeiros, os vizinhos ou o porteiro são questionados se, de fato, o casal mora no endereço informado. Ou então, se apenas um deles é visto por lá com frequência, o que pode ser uma indicação de fraude.

Até possíveis desavenças com a sogra podem ser alvo da investigação dos agentes.

"Perguntaram o histórico de nossa relação, como e quando a gente se conheceu. Se interessaram pela relação de minha mãe com o meu marido, queriam saber se brigavam o não", conta Renata Cerqueira Santos, 36, enfermeira, casada -de verdade- com um boliviano.

Mesmo assim, os "casais de aluguel" ouvidos pela Folha dizem tomar os cuidados necessários para "passar" pela vistoria da PF.

Para esses estrangeiros, mesmo que o caminho dos casamentos arranjados seja arriscado ainda é melhor do que enfrentar a burocracia atrás do visto de permanência e não conseguir.

Em 2010, por exemplo, 3.700 estrangeiros tiveram o visto de trabalho negado, segundo os dados mais recentes do Conselho Geral de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho. Nesses casos, simular um namoro e se casar pode virar uma opção.

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