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Após ataques, PM diz que blindará bases

Vidros serão trocados em até 70 dias, afirma comandante-geral da corporação, que atribui atentados a reação do tráfico

Anúncio ocorre após série de ataques que matou, no mês passado, sete policiais militares de folga

DE SÃO PAULO

Todas as bases da Polícia Militar de São Paulo terão vidros blindados em até 70 dias.

Essa promessa foi feita ontem pelo comandante-geral da PM, Roberval Ferreira França, durante a comemoração dos 80 anos da Revolução de 1932, no Ibirapuera (zona sul de São Paulo).

A promessa da blindagem ocorre após a série de ataques que, no mês passado, deixaram sete PMs mortos (todos de folga), 15 ônibus incendiados e quatro bases fixas da PM atacadas.

França, no entanto, não detalhou quanto será investido na blindagem.

Na tarde de ontem, a assessoria do chefe da PM foi procurada para dar detalhes do projeto, mas informou não ter os dados.

ESTADO DE ALERTA

No mês passado, o chefe da PM colocou em alerta todos os policiais do Estado por conta dos ataques a policiais. Eles foram mortos em crimes com características de encomendados. O alerta para o atendimento de ocorrências policiais ainda vigora.

Setores de inteligência das polícias investigam se os assassinatos são consequência de uma guerra entre quadrilhas ou se foram encomendadas por integrantes do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).

LETALIDADE

Os crimes da facção, de acordo com as investigações, podem ser um contra-ataque à operação da Rota (espécie de tropa especial da PM) que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um chefe da quadrilha para uma prisão com normas mais rígidas (leia texto ao lado).

Questionado sobre se as ações e a letalidade da Rota, que subiu 45% neste ano, podem ter sido a causa da violência contra os PMs mês passado, França negou.

"Há um equívoco de interpretação. A ação forte e rigorosa contra o tráfico é de toda a PM... Essa ação rigorosa da PM contra o tráfico é que tem despertado a reação dos próprios traficantes", disse França, que também negou que as mortes de PMs tenham sido coordenadas pelo PCC.

Atualmente, o tráfico de drogas em São Paulo é dominado pela facção, que fez dessa atividade criminosa sua principal fonte de renda.

(ANDRÉ CARAMANTE)

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