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Levantou poeira

Buracos, tratores, barulho e (muuuito) trânsito transformam bairro de Pinheiros num interminável canteiro de obras

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Em um raio de cerca de 1,5 km, no miolo do bairro de Pinheiros (zona oeste paulistana), é possível contar ao menos dez ruas passando por obras ao mesmo tempo.

Quem anda por aquela região encontra calçadas e asfalto esburacados, vias inteiras interditadas para passagem de carros, desvios, mãos invertidas, tratores, poeira, barulho e trânsito.

Às 12h de anteontem -mês de férias escolares-, o final da rua Teodoro Sampaio, no largo de Pinheiros, e a rua Butantã estavam completamente travadas. Obras deixavam apenas duas faixas livres. Havia seis ônibus passando naquele momento.

Outras ruas próximas, como Paes Leme, Sumidouro, Conselheiro Pereira Pinto e Gilberto Sabino, estão com trechos totalmente interditados para carros e acesso difícil para pedestres. Nelas, há um comércio diversificado e prédios que atraem muita gente, como o Sesc Pinheiros, a Sabesp e a Unip.

Alguns locais ficam bem no olho do furacão, como o restaurante Terracinho, na Cons. Pereira Pinto. Segundo a proprietária, Raquel Diniz, 43, o movimento caiu pela metade quando a rua foi fechada, há quatro meses.

"O acesso ficou difícil, tem poeira e muito barulho."

Um posto de gasolina no trecho interditado da Paes Leme usa uma solução improvisada: clientes têm que passar por dentro de um estacionamento ao lado e "invadir" um trecho da calçada já apertada para abastecer o carro.

COMPLICADÍSSIMO

A prefeitura contratou essas intervenções em toda a região do largo da Batata, que podem levar mais 13 meses.

As obras incluem, ao custo de R$ 146,4 milhões, reforma e alargamento viário e de calçadas, enterramento de fios e cabos, redes de drenagem, coletoras de esgoto e distribuidoras de água, garagem e terminal de ônibus intermodal e iluminação.

As ruas Pinheiros e Cunha Gago e a av. Faria Lima passam por reforma bancada pela Subprefeitura de Pinheiros.

Cristina Costa, 45, que gerencia uma loja de colchões na rua dos Pinheiros, diz que gasta 40 minutos para fazer o percurso de carro de sua casa, na Lapa, até o trabalho -o dobro do normal, por causa do engarrafamento desde a avenida Pedroso de Moraes.

"Meus clientes ligam e falam que não conseguem chegar porque Pinheiros está muito complicado. Minhas vendas tiveram mais de 20% de queda com esse trânsito."

Taxistas de pontos da região confirmam que o trânsito piorou muito. Questionam por que todas as obras têm que ser feitas juntas.

Segundo a prefeitura, o planejamento envolve várias empresas, como CET, Sabesp e Eletropaulo e, por isso, se as obras fossem feitas em períodos diferentes, "atrapalhariam e demorariam muito mais". Segundo a CET, os desvios visam o "menor impacto possível no trânsito", que está sendo monitorado por 28 agentes e três câmeras.

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