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TJ dá habeas corpus a PMs envolvidos em morte de empresário

Os três PMs, porém, não serão libertados ainda porque respondem a outro processo no Tribunal de Justiça Militar

Em reconstituição, dois policiais disseram ter atirado em Ricardo de Aquino de dentro do carro da polícia

ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Os três policiais militares acusados de matar o empresário e publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, após uma perseguição no último dia 18 conseguiram um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Eles, porém, não serão libertados ainda porque respondem a outro processo no Tribunal de Justiça Militar.

"Amanhã de manhã vamos pedir a extensão do habeas corpus para o TJM. Esperamos que eles sejam soltos", disse Márcio Gomes Modesto, um dos defensores dos PMs.

Pela decisão liminar do desembargador Willian Campos, do TJ, os policiais Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30, Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28, e Adriano Costa da Silva, 26 não poderão voltar a atuar nas ruas.

Paulino, Garcia e Silva foram presos no dia 19, depois de matarem a tiros Aquino. Ele fugiu de abordagem da PM pelas ruas do Alto de Pinheiros (zona oeste).

O carro em que estava foi alvejado por ao menos sete disparos. Dois deles atingiram Aquino na cabeça.

Em sua defesa, os policiais dizem que confundiram o celular que Aquino segurava com uma arma.

Ontem à noite, os três policiais participaram da reconstituição do crime.

Dois dos policiais, o soldado Luis Gustavo Teixeira Garcia e o cabo Adriano da Costa da Silva, afirmaram que efetuaram os disparos na direção da vítima de dentro do carro da polícia.

Na reconstituição, apenas o soldado Robson Tadeu do Nascimento Paulino desceu do veículo e, depois, simulou ter atirado no empresário.

Para o defensor dos policiais, Aryldo de Oliveira de Paula, a ação de seus clientes foi correta e a vítima morreu porque fugiu da polícia.

Para o advogado da família de Aquino, Cid Vieira, "a atitude dos PMs foi temerária".

O delegado Dejair Rodrigues, chefe da 3ª Seccional (zona oeste), afirmou que o inquérito será relatado hoje à Justiça. O laudo da reconstituição sairá em dez dias.

Familiares de Aquino realizaram missa de sétimo dia da morte na igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins.

A mãe dele, Carmen Sacramento, não quis falar sobre os policiais envolvidos no crime. Segundo ela, "o que precisa ser enfrentado agora é o problema da segurança pública. A violência tem cura. Só depende de nós".

Colaboraram o "AGORA" e LAURA CAPRIGLIONE, de São Paulo

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