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Análise

Respeito no trânsito traz os primeiros resultados

AILTON BRASILIENSE PIRES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um ano após o início dos trabalhos da prefeitura de proteger a circulação de pedestres colhem-se os primeiros resultados.

A prioridade envolvendo os pedestres começa a ser pauta nas conversas e ações dos condutores.

No começo do século 20 o prefeito de então proibiu qualquer velocidade praticada por qualquer tipo de veículo (motorizado ou não) que excedesse a velocidade do passo humano. Sábia decisão. Não só poupou vidas, como estabeleceu uma forma de convívio que, enquanto durou, estabeleceu uma forma inteligente e segura de convívio do homem com a máquina.

Mas, ao longo do tempo, alteramos nossos valores, qualificando, cada vez mais, os deslocamentos motorizados e seus condutores.

A posse e o uso do automóvel passaram a ter valores tão desproporcionais em relação ao uso do transporte público e a andar a pé, que tanto governantes quanto parte da sociedade entenderam que a posse e o uso não deveriam ter restrições.

Compra de carteira de motorista, suborno e não respeitar o espaço dos pedestres, hábitos muitas vezes repetidos, viraram um traço cultural da nossa sociedade.

Por outro lado, destinar todos os recursos para automóveis passou a ser a bandeira de políticos.

O desrespeito ao pedestre equivale ao não reconhecimento de que ele tem direitos ao "espaço sagrado" do automóvel na via. As consequências deste comportamento estão expressas nas duas mortes diárias de pedestres na capital, além de mais de uma dezena de feridos.

O programa municipal e o resultado até agora alcançado devem ser festejados, mas é vital a sua continuidade e permanência, pois só assim haverá a mudança de comportamento desejada.

AILTON BRASILIENSE PIRES é presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos

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