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Análise

Nos EUA, pais de criança obesa já são considerados negligentes

NA ESCÓCIA, CASAL OBESO PERDEU A GUARDA DOS 7 FILHOS POR, SEGUNDO O GOVERNO, PÔR EM RISCO O BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS

CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

O caso da menina brasileira reacende o debate sobre se a obesidade infantil pode ser um motivo para separar uma criança dos seus pais.

Em algumas situações, governos dos EUA e da Europa têm dito que sim. No Estado de Ohio, uma mãe perdeu a guarda do filho de oito anos, que pesava 90 kg.

Assistentes sociais consideraram como negligência o fato de ela não conseguir fazer o menino perder peso.

Também nos EUA, um adolescente de 14 anos, com 250 kg, foi tirado da mãe e foi morar com uma parente.

Na Escócia, a decisão foi ainda mais radical. Um casal obeso perdeu a guarda dos seus sete filhos por, segundo o governo, colocar em risco o bem-estar das crianças-que poderiam se tornar diabéticas e hipertensas.

Polêmico, o assunto vem rendendo vários artigos científicos. Um deles, publicado no ano passado no "Journal of the American Medical Association", diz que colocar crianças obesas sob o cuidado de famílias adotivas é mais ético do que submetê-las a cirurgias de obesidade.

Os autores argumentam que a intervenção estatal "pode resguardar os interesses de crianças com obesidade em grau de risco para a vida".

Outros pesquisadores, porém, apontam fatores "obesigênicos" que independem dos pais, como o marketing e o baixo custo de alimentos não saudáveis.

Todos concordam, porém, que os governos devem investir em educação, em propagar que a obesidade é uma doença que deve ser evitada desde a infância.

Há até quem sugira que, como nas propagandas contra o cigarro, as embalagens dos "podritos" estampem que a obesidade em crianças traz complicações e mata.

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