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Carro apreendido pela polícia vai parar em pátio ilegal de ex-PM

Sem autorização, ex-soldado desviou centenas de veículos para depósito

Júlia Chequer/Folhapress
Pátio clandestino que pertence a ex-policial, e abriga carros apreendidos pela polícia e desviados ilegalmente
Pátio clandestino que pertence a ex-policial, e abriga carros apreendidos pela polícia e desviados ilegalmente

LÉO ARCOVERDE
DO "AGORA"

Instalado em um terreno particular na divisa de Embu das Artes com Cotia (Grande SP), um pátio clandestino de um ex-soldado da Polícia Militar abriga ao relento centenas de carros apreendidos e desviados ilegalmente de um depósito da Polícia Civil.

A polícia diz não saber da existência do pátio clandestino. A Corregedoria vai investigar o caso. O ex-PM afirmou que transferiu os carros por sua "conta e risco" (leia texto nesta página).

Na tarde da última quarta-feira, a reportagem encontrou nes­se pátio cerca de 300 carros, vários deles sem capô, porta, banco e até motor. O local não tem cobertura.

A reportagem teve acesso a boletins de ocorrência referentes a 13 desses veículos, que foram apreendidos entre fevereiro de 2010 e março deste ano por delegacias das zonas sul e oeste da capital.

Osmar Ananias da Silva, 50, é o dono do pátio.

As prefeituras de Cotia e Embu das Artes informaram que o ex-PM não tem licença para operar o pátio da divisa entre as duas cidades. Ele mesmo diz não ter nenhum documento que ateste a regularização da atividade _só um contrato de locação.

INVESTIGAÇÃO

A existência desse pátio re­vela duas irregularidades: o fato de que um dono de depósito desviou veículos sem comunicar a polícia e que parte das delegacias da capital não sabe onde estão os carros que apreende.

A polícia vai apurar se o pátio foi usado como des­manche de carros; e se o ex-PM e policiais civis se apropriaram indevidamente de peças para revenda ilegal.

Parte dos carros são veícu­los recuperados de furtos ou roubos, portanto, os donos podem ter sido prejudicados.

Se os veículos tiverem realmente sido depenados, o ex-policial militar pode responder por furto.

Se houver policiais envolvi­dos, podem responder por peculato (furto cometido por funcionário público).

Silva foi expulso da PM em 1993, segundo a corporação, que não explicou o motivo.

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