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Condomínios se rendem às festas de Halloween

Celebração também é febre em escolas e bares

LILO BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os irmãos Cadu, 7, e Bruno, 5, não veem a hora de se transformar nos personagens dos filmes "Pânico" e "Piratas do Caribe". A fantasia é indispensável para bater na porta vizinhança, disparando: "doce ou travessura?"

Para festejar o Halloween (ou Dia das Bruxas), o condomínio onde eles moram, em Cotia, na Grande São Paulo, promove um megaevento.

Há ações recreativas, trenzinho com monitores fantasiados para ajudar na coleta dos doces e até um concurso da casa mais horripilante.

"Aqui, o Halloween é mais comemorado do que o Dia das Crianças", conta a mãe deles, Denise Alves Boniciello, 36.

Num condomínio no Alphaville, região metropolitana de São Paulo, além de monitores para auxiliar as crianças, há uma festa temática, com comida e bebida de graça.

O Halloween, celebrado no dia 31 de outubro, chegou com força ao Brasil nos anos 1990, "importado" dos EUA.

Veio de carona na proliferação das escolas de inglês e teve ainda um empurrãozinho da televisão e do comércio.

Hoje, já faz parte do calendário de escolas, bares, restaurantes, clubes e condomínios.

No centro de São Paulo, a loja do empresário Pierre Sfeir, 55, especializada em festas, está entupida de artigos aterrorizantes. São cerca de 9.000 itens, 2.000 a mais do que no ano passado.

"Importávamos a maioria dos produtos, mas há 13 anos criamos a nossa própria fábrica para atender à demanda." O faturamento da loja chega a crescer até 50% em outubro.

Na escola, o Dia das Bruxas pode ajudar no aprendizado das crianças, segundo Silvia Colello, professora de psicologia da educação da USP.

"É uma oportunidade de pais e professores discutirem a globalização, por exemplo."

Mas as escolas ainda deveriam valorizar mais a cultura brasileira, na opinião da professora Ângela Barbato Carneiro, da Faculdade de Educação da PUC-SP.

"Poucas escolas comemoram o mês do folclore, que é agosto", diz. "Com isso, nossos grandes personagens vão sendo esquecidos, como a iara, o curupira e o saci."

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