São Paulo, sexta, 1 de janeiro de 1999

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BC e países discordam sobre nível dos juros

da Redação

O Banco Central Europeu acha que os juros de 3% ao ano estão, por hora, de bom tamanho. Mas os governos social-democratas -alguns eleitos recentemente com a promessa de reduzir o desemprego na região- pensam que não.
Defensor de uma redução dos juros, o ministro das Finanças alemão, Oskar Lafontaine, afirma que a medida pode ajudar a manter o ritmo da economia do continente e reduzir o desemprego, que atinge cerca de 11% da população dos países que adotam o euro.
Autoridades do BCE se recusam a anunciar um novo corte. A instituição, que assumirá a partir de hoje o controle sobre a política monetária da zona do euro, reluta em diminuir juros porque acredita que a medida pode colocar em risco a estabilidade dos preços.
Na semana de estréia da nova moeda, novas declarações de representantes da instituição reforçaram essa posição. Hans Tietmeyer, dirigente do banco central alemão, afirma que a integração européia pode até mesmo ser comprometida em virtude do conflito entre o Banco Central Europeu e as 11 nações. A crença de que mais empregos serão criados se houver um relaxamento da política monetária é uma "falácia", segundo ele.
O dirigente do BC alemão diz que o desemprego na Europa se deve a fatores estruturais. A política monetária não pode assumir responsabilidades de outras áreas, afirma Tietmeyer.
Em dezembro, os 11 bancos centrais anunciaram ao mesmo tempo um corte em seus juros de curto prazo -que servem de referência no mercado financeiro europeu.
Os juros, que em alguns casos chegavam a 3,75%, passaram a 3% ao ano no dia 3 de dezembro. A Itália, que reduziu sua taxa na ocasião para 3,5%, anunciou na semana passada uma redução para 3%. É a primeira vez que os 11 países têm a mesma taxa de juros. (JAg)



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