São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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BNP Paribas diz que estuda fazer oferta pelo Société Générale

François Guillot/France Presse
Funcionário do Société Générale segura cartaz em protesto contra possível venda da instituição


Aquisição da instituição por banco local é bem-vista pelo governo francês

DA BLOOMBERG

O BNP Paribas, o maior banco francês, disse ontem que estuda apresentar uma proposta pelo rival Société Générale, instituição que teve um prejuízo recorde no ano passado, provocada em parte pela fraude de 4,9 bilhões, que teria sido feita pelo corretor Jérôme Kerviel.
"Nós estamos considerando essa opção porque todos os bancos europeus estão pensando nisso", disse em entrevista o porta-voz do BNP Paribas, que falou com a condição de não ter sua identidade revelada.
Em 1999, o BNP chegou a fazer uma oferta pelo concorrente, mas foi recusada. A união dos dois bancos criaria a segunda maior instituição financeira da Europa, atrás do HSBC.
O prejuízo bilionário com a suposta fraude do corretor obrigou o presidente do conselho administrativo do Société Générale, Daniel Bouton, a recorrer aos acionistas para realizar uma oferta de ações no valor de 5,5 bilhões- o que pode ter deixado o banco vulnerável a uma aquisição.
Apesar do mau momento, as ações do banco tiveram alta de 1,71% ontem, devido aos rumores sobre uma oferta de aquisição. O resultado elevou o seu valor de mercado para aproximadamente 39 bilhões -cerca de dois terços do valor do rival BNP Paribas, cujos papéis se desvalorizaram em 1,5% ontem na Bolsa de Paris.
A possibilidade de uma fusão do Société Générale com um banco local, evitando uma oferta hostil de uma instituição estrangeira, é bem-vista pelo governo francês. O primeiro-ministro François Fillon disse ao Parlamento do seu país, nesta semana, que o governo garantirá a permanência do Société Générale em mãos francesas.
A declaração estimulou especulações de que o governo da França dará preferência a uma fusão com o BNP Paribas para evitar o assédio de empresas estrangeiras.
Ontem, um porta-voz da Presidência francesa afirmou que uma possível venda do Société Générale não está na agenda do governo. "Até onde sabemos, o Société Générale não está obrigado a uma fusão."


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