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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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AVIAÇÃO

Número é superior ao anunciado pela empresa e "dribla" decisão do Cade

Varig devolverá 13 aviões até junho

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Varig fará um bom enxugamento na sua frota de aviões nos próximos meses, reduzindo a oferta de assentos e facilitando a fusão planejada com a TAM.
A Folha teve acesso ontem a uma lista de 13 aviões que a Varig aluga da empresa GE Capital Aviation Services e que serão devolvidos até junho. O número é mais do que o dobro do que os seis aviões que a Varig afirmou que devolveria quando anunciou o acordo de compartilhamento com a TAM, na segunda-feira.
Para o consumidor, a devolução dos aviões representará menor oferta de assentos, o que pode elevar os preços das passagens. Para os trabalhadores das duas empresas, pode significar mais demissões -o que as companhias negam que ocorrerá.
A devolução dos aviões faz parte do processo de enxugamento da Varig. Irá driblar parte das exigências que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) fez às duas empresas. O órgão exigiu anteontem que nenhuma aeronave, além das seis divulgadas oficialmente pela Varig, fosse devolvida.
O objetivo do Cade é garantir que as empresas possam sobreviver caso o processo de fusão dê errado. A entidade fixou 19 deste mês como data limite para que não haja devoluções. A Varig está decidida a fazê-las após essa data.
Segmentos da Varig insatisfeitos com a fusão consideram que a devolução dos aviões dará à TAM maior poder nas negociações, já que esta última manterá sua atual frota operacional (18 Fokker estão parados desde setembro passado para serem devolvidos).
A Varig confirmou que devolverá os 13 aviões. Disse que o procedimento estava previsto antes do acordo de compartilhamento. As duas empresas se comprometeram com o Cade a assinar um acordo no dia 19 que garanta que a fusão será concretizada.
A Varig tem uma frota oficial de 116 aviões e a TAM, de 102. Parte das aeronaves que a Varig devolverá pode ser usada nas oito rotas incluídas no acordo de compartilhamento de vôos, como São Paulo (Congonhas)-Curitiba. É o caso de quatro Boeing 737-500.
O projeto inicial da Varig era devolver os aviões porque não conseguia pagar seus aluguéis (que variam de US$ 170 mil a US$ 450 mil por mês). Há três meses a empresa não paga o leasing. A Folha apurou que a Varig deve usar os Airbus da TAM para alguns vôos internacionais.


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