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4 ANOS DE LULA / NO BOLSO
Consumo das famílias em alta sustenta a expansão
Brasileiros tiveram o 3º ano seguido de aumento nos gastos com bens e serviços
No final de 2006, demanda se acelerou e subiu 4%, com o impulso dado pelo crédito mais farto e pelo avanço da massa real de salários
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O consumo das famílias brasileiras registrou um crescimento de 3,8% no ano passado
e foi um dos principais pilares
de sustentação do PIB no ano
passado. Trata-se do terceiro
ano consecutivo de expansão,
de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No ano anterior, a alta havia sido de 3,6%.
No quarto trimestre, o consumo se acelerou e subiu 4%
em relação ao mesmo período
de 2005. Nessa base de comparação, cresce sem interrupção
há 13 trimestres, desde o último de 2003.
Pela chamada ótica da demanda, o consumo das famílias
é o mais importante dos componentes do PIB e corresponde
a 55% do indicador.
De acordo com o IBGE, o aumento da massa salarial em
2006 e a expansão da oferta de
crédito explicam o bom desempenho do consumo, assegurando o aumento dos gastos das famílias com compras de bens e
serviços.
A massa real de salários (já
descontado o efeito da inflação)
avançou 5,6% no ano passado.
Já o crédito ao consumidor se
expandiu 29,9%% em termos
nominais.
"O consumo foi estimulado
porque houve aceleração da
massa salarial real, o crédito
continuou aumentando e o
câmbio se manteve baixo. Tudo
isso favorece", avaliou Rebeca
Palis, gerente das Contas Nacionais do IBGE.
Especialistas citam ainda a
contribuição da queda da inflação mais baixa como ingrediente de dinamismo do consumo
ao possibilitar o aumento da
renda.
Um dos pontos motivos da
redução dos preços foi justamente o câmbio, que reduziu
especialmente preços de alimentos e bens duráveis no ano
passado.
"Sempre que o dólar se deprecia, há um impacto na inflação e aumenta o poder aquisitivo", disse Joel Bogdanski, economista do Itaú.
Salário e crédito
Paulo Levy, diretor de estudos macroeconômicos do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), também avaliou que o consumo subiu calcado no aumento da massa de
salários e do crédito, fatores
que vão mantê-lo aquecido
também em 2007.
"O consumo teve um desempenho bastante positivo no ano
passado. Estimávamos um
crescimento menor [2,3%]. O
desempenho em 2007 deve ser
até um pouco maior", afirmou
Levy.
O problema é que boa parte
do aumento do consumo está
sendo atendida pelas importações, o que acaba afetando a indústria nacional, na opinião de
especialistas.
"Quando olhamos os dados
de vendas do comércio e comparamos com a produção da indústria, elas sobem mais e percebemos que cada vez mais o
aumento da demanda doméstica está sendo suprida por importados. Isso acontece em eletroeletrônicos e até automóveis", afirmou Bráulio Borges,
economista da LCA.
Tal situação não seria um entrave, afirma, se a economia
brasileira "estivesse crescendo
ao mesmo ritmo da economia
mundial". "Mas vamos ter um
dos piores resultados do mundo em 2006, num ano em que o
mundo cresceu quase 5,5%",
disse.
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