São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Primeira gestão Lula tem carga fiscal recorde

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A carga tributária brasileira bateu novo recorde no ano passado, de 38,80% do PIB (Produto Interno Bruto). Assim, o primeiro mandato do presidente Lula termina com carga fiscal 2,96 pontos percentuais acima da do último ano da gestão Fernando Henrique Cardoso.
O índice foi calculado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com base no PIB do ano passado divulgado ontem pelo IBGE.
Segundo cálculos do advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, os brasileiros pagaram R$ 815,07 bilhões em tributos no ano passado aos três níveis de governo.
Ele estimou o PIB em R$ 2,1 trilhões -o valor, em reais, só será divulgado pelo IBGE ao final deste mês, ocasião em que a Receita Federal divulgará a carga tributária oficial de 2006.
A carga tributária (ou fiscal) é a soma dos tributos (impostos, taxas e contribuições), pagos pela sociedade aos três níveis de governo, em relação ao PIB.
Em valores nominais (sem descontar a inflação), a carga fiscal do ano passado subiu 11,2%, ou R$ 82,2 bilhões -foi de R$ 732,87 bilhões em 2005. Descontada a inflação, o aumento real foi de 7,8%, ou R$ 60,21 bilhões. A carga fiscal cresceu R$ 22,69 bilhões mais do que o PIB. Amaral diz que, "infelizmente, a carga tributária continua crescendo, sendo um obstáculo ao desenvolvimento do país".
No ano passado, cada contribuinte brasileiro pagou, em média, R$ 4.434 em tributos aos três níveis de governo. Em relação a 2005, cada um pagou mais R$ 447, segundo o IBPT. Por dia, foram pagos R$ 2,233 bilhões; por hora, R$ 93,04 milhões; por minuto; R$ 1,55 milhão; e por segundo, R$ 25.845.
O IBPT calculou como é distribuída a carga fiscal. Os tributos sobre a produção de bens e serviços (transferidos ao consumidor) equivalem a 49% de toda a receita; sobre os salários, 27%; sobre capitais/outras rendas, 16%; sobre o patrimônio, 3%; e sobre o comércio exterior/outras contribuições, 5%.


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