|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsas no Brasil e nos EUA têm melhora
Bovespa termina pregão com valorização de 1,73%; discurso de presidente do BC dos EUA é bem recebido no mercado
Xangai, que havia caído 8,8% na véspera, sobe 3,9%, mas outros mercados asiáticos e os europeus sofrem outro dia de queda
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a forte sacudida que o
mercado financeiro global sofreu na terça-feira, o dia ontem
foi de recuperação moderada.
Algumas Bolsas de Valores iniciaram uma recuperação, mas
relativamente tímida perto das
perdas do dia anterior. Na Europa e em parte da Ásia, o dia
foi novamente de perdas.
Acompanhando o mercado
americano, a Bolsa de Valores
de São Paulo registrou valorização de 1,73% ontem -resultado positivo, mas pouco se
comparado à queda de 6,63%
do pregão de anteontem.
Já o mercado de câmbio brasileiro teve dia relativamente
calmo, com o dólar terminando
a R$ 2,121 (alta de 0,05%).
Em Nova York, o índice Dow
Jones subiu 0,43%; a Nasdaq
ganhou 0,34%. Declarações de
Ben Bernanke, presidente do
Fed (o banco central dos EUA),
ajudaram a manter o mercado
americano em terreno positivo.
Bernanke se mostrou ontem
calmo em relação ao desempenho do mercado financeiro e
disse que nada mudou em suas
expectativas para a economia.
Na China, a Bolsa de Xangai
subiu 3,95%, após ter caído
8,84% na véspera, resultado
que iniciou a onda de incertezas na economia global. Já outros países da Ásia refletiram
apenas ontem o pânico do dia
anterior: Tóquio caiu 2,85%,
após ter recuado apenas 0,52%
na véspera.
A Europa também não reencontrou a rota de alta, também
ecoando a queda dos mercados
americanos na véspera. Apesar
de mais modestas, houve quedas nas principais praças: Londres recuou 1,82%; Frankfurt,
1,53%; Milão, 1,08%.
"Não se deve esperar por
normalização rápida dos mercados e volta aos patamares anteriores. A conjuntura de maior
volatilidade deve persistir por
algum tempo", afirma Maurício Molan, economista-sênior
do Santander Banespa.
Na terça, o mercado global viveu um dia de pesadas desvalorizações num momento em que
ativos como ações, commodities e títulos estavam em níveis
recordes pelo mundo.
A onda de choque começou
na China, com temores de intervenção do governo no volátil
mercado de ações local, que havia subido mais de 15% nos dez
dias anteriores. E ganhou força
com dados negativos sobre a
economia dos EUA.
Dúvidas sobre os grandes
motores da economia global levaram à venda maciça de ações
e títulos pelo mundo.
"Proteção"
O governo brasileiro aproveitou ontem para insistir no discurso sobre a blindagem da
economia a choques externos.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) afirmou que, mesmo
que a turbulência persista por
mais tempo, o Brasil tem um
estoque de moeda forte que
ajudará a enfrentar uma crise.
"Se tivermos um problema internacional, poderemos diminuir [as reservas internacionais] para US$ 40 bilhões e
mesmo assim teremos uma sobra de moeda forte no Brasil."
No acumulado de 12 meses
encerrados em janeiro, a balança comercial teve superávit de
US$ 45,747 bilhões. Já as reservas internacionais chegaram
ontem a US$ 100,36 bilhões.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, manteve a cautela. "Os mercados ainda estão
em fase de acomodação. Temos
que verificar até que ponto isso
é um movimento que vai se
prolongar um pouco mais ou
não. De qualquer forma, são
movimentos normais de mercado com correções e temos
sempre que estar atentos."
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: O pibinho e os mercadões Próximo Texto: Chineses vão discutir como frear a economia Índice
|