São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsas no Brasil e nos EUA têm melhora

Bovespa termina pregão com valorização de 1,73%; discurso de presidente do BC dos EUA é bem recebido no mercado

Xangai, que havia caído 8,8% na véspera, sobe 3,9%, mas outros mercados asiáticos e os europeus sofrem outro dia de queda


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a forte sacudida que o mercado financeiro global sofreu na terça-feira, o dia ontem foi de recuperação moderada. Algumas Bolsas de Valores iniciaram uma recuperação, mas relativamente tímida perto das perdas do dia anterior. Na Europa e em parte da Ásia, o dia foi novamente de perdas.
Acompanhando o mercado americano, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou valorização de 1,73% ontem -resultado positivo, mas pouco se comparado à queda de 6,63% do pregão de anteontem.
Já o mercado de câmbio brasileiro teve dia relativamente calmo, com o dólar terminando a R$ 2,121 (alta de 0,05%).
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,43%; a Nasdaq ganhou 0,34%. Declarações de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), ajudaram a manter o mercado americano em terreno positivo.
Bernanke se mostrou ontem calmo em relação ao desempenho do mercado financeiro e disse que nada mudou em suas expectativas para a economia.
Na China, a Bolsa de Xangai subiu 3,95%, após ter caído 8,84% na véspera, resultado que iniciou a onda de incertezas na economia global. Já outros países da Ásia refletiram apenas ontem o pânico do dia anterior: Tóquio caiu 2,85%, após ter recuado apenas 0,52% na véspera.
A Europa também não reencontrou a rota de alta, também ecoando a queda dos mercados americanos na véspera. Apesar de mais modestas, houve quedas nas principais praças: Londres recuou 1,82%; Frankfurt, 1,53%; Milão, 1,08%.
"Não se deve esperar por normalização rápida dos mercados e volta aos patamares anteriores. A conjuntura de maior volatilidade deve persistir por algum tempo", afirma Maurício Molan, economista-sênior do Santander Banespa.
Na terça, o mercado global viveu um dia de pesadas desvalorizações num momento em que ativos como ações, commodities e títulos estavam em níveis recordes pelo mundo.
A onda de choque começou na China, com temores de intervenção do governo no volátil mercado de ações local, que havia subido mais de 15% nos dez dias anteriores. E ganhou força com dados negativos sobre a economia dos EUA.
Dúvidas sobre os grandes motores da economia global levaram à venda maciça de ações e títulos pelo mundo.

"Proteção"
O governo brasileiro aproveitou ontem para insistir no discurso sobre a blindagem da economia a choques externos.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que, mesmo que a turbulência persista por mais tempo, o Brasil tem um estoque de moeda forte que ajudará a enfrentar uma crise. "Se tivermos um problema internacional, poderemos diminuir [as reservas internacionais] para US$ 40 bilhões e mesmo assim teremos uma sobra de moeda forte no Brasil."
No acumulado de 12 meses encerrados em janeiro, a balança comercial teve superávit de US$ 45,747 bilhões. Já as reservas internacionais chegaram ontem a US$ 100,36 bilhões.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, manteve a cautela. "Os mercados ainda estão em fase de acomodação. Temos que verificar até que ponto isso é um movimento que vai se prolongar um pouco mais ou não. De qualquer forma, são movimentos normais de mercado com correções e temos sempre que estar atentos."


Colaborou a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: O pibinho e os mercadões
Próximo Texto: Chineses vão discutir como frear a economia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.