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Chineses vão discutir como frear a economia
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A adoção de medidas que
reduzam o alto ritmo de
crescimento da economia
chinesa será um dos principais itens na pauta do Congresso Nacional do Povo, que
se reúne na próxima semana,
em Pequim. O receio das autoridades chinesas é que o
crescimento próximo de dois
dígitos dos últimos anos seja
insustentável e gere crise de
proporções inéditas.
Na terça, a queda de 9%
nas Bolsas da China provocou fortes perdas nos mercados acionários ao redor do
mundo. Entre os motivos
que desencadearam o movimento, estava o rumor de
que o governo chinês adotaria um taxa de 20% sobre ganhos em Bolsa, com o objetivo de amenizar a valorização
das ações, que atingiu 170%
nos últimos 14 meses.
A medida foi descartada
ontem por autoridades chinesas, e o premiê Wen Jiabao disse, segundo a agência
estatal de notícias, que o país
irá priorizar a garantia de estabilidade financeira.
Porém o governo reiterou
que está preocupado com o
excesso de dinheiro em circulação na economia. Este
deve ser o principal ponto
das medidas de "controle
macroeconômico" que serão
discutidas no Congresso Nacional do Povo.
Desde julho de 2006, o
Banco do Povo da China já
elevou quatro vezes o volume de dinheiro que os bancos devem deixar imobilizados no BC -e, portanto, não
podem usar para concessão
de empréstimos.
O grande volume de depósitos bancários se transformou em um dos motores da
forte valorização das Bolsas
chinesas de Xangai e Shenzhen, que subiram cerca de
130% em 2006, depois de
cinco anos de queda.
A China tem um índice de
poupança de aproximadamente 50% do PIB, e a maior
parte desses recursos é canalizada para os bancos, diante
do pequeno número de opções para investimentos. Em
dezembro de 2006, os depósitos somavam US$ 4,46 trilhões, o equivalente a 166%
do PIB do país.
Com a valorização das
ações e a baixa remuneração
dos depósitos -inferior a 3%
ao ano-, os chineses começaram a tirar dinheiro dos
bancos para aplicar nas Bolsas. A última "Carta da China", do Conselho Empresarial Brasil-China, estima que
em 2006 tenham sido abertos 3 milhões de contas por
pessoas físicas em corretoras
das Bolsas de Xangai e Shenzhen. O PIB chinês cresceu
10,7% em 2007, maior índice
em 11 anos.
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