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Brasileiro não decidiu ainda como reagir
DA REPORTAGEM LOCAL
A conversa entre Domingo Cavallo e o embaixador Sebastião do
Rego Barros, na sexta-feira, foi interpretada como um sinal de que
o ministro quer negociar os pontos de divergência mais recentes
entre o Brasil e a Argentina.
"Acredito que temos condições
de superar prontamente os problemas surgidos esta semana nas
relações comerciais entre o Brasil
e a Argentina", disse Cavallo a Sebastião do Rego Barros, segundo
fontes da embaixada brasileira.
O governo brasileiro ainda não
sabe como tratar o problema dos
bens de informática. Embora seja
uma área prioritária para o país,
Brasília acha que a economia argentina se encontra numa situação delicada demais.
O governo não quer deixar a
história como está, mas também
não quer correr o risco de criar
um conflito e expor a Argentina
neste momento a mais um problema. O medo é que a crise saia
do controle e que seus efeitos cruzem a fronteira e afetem a economia brasileira.
A dificuldade de encontrar um
equilíbrio diplomático é ainda
maior porque o empresariado diz
que não aceita ser rifado para preservar a Argentina. Fabricantes de
máquinas, equipamentos e produtos eletrônicos e de informática
vão se encontrar amanhã com o
secretário-executivo da Camex
(Câmara de Comércio Exterior),
Roberto Giannetti da Fonseca. A
pauta da reunião é a revolta contra os argentinos.
Todos esses temas serão tratados esta semana em Buenos Aires
no encontro preparatório de empresários e ministros para as negociações da Alca (Área de Livre
Comércio das Américas). O projeto brasileiro era se unir à Argentina para negociar em posição de
força com os EUA.
O que os diplomatas brasileiros
não sabem é se esse projeto coincide com os interesses de Cavallo.
No lançamento de seu novo livro,
na sexta-feira, o ministro fez várias críticas ao modelo do Mercosul. Cavallo classificou de "perda
de tempo" as discussões sobre a
TEC (Tarifa Externa Comum), estratégia defendida pelo Brasil.
A dúvida dos brasileiros é se Cavallo quer negociar a Alca em
conjunto com os sócios do Mercosul ou pretende tratar dos interesses argentinos diretamente
com os EUA. Os norte-americanos estão animados. "O papel dele pode ser útil para mover a Alca
adiante", disse, na quinta-feira,
Robert Zoellick, representante comercial dos EUA.
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