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Protesto nem começou e já fecha McDonald's
DO CONSELHO EDITORIAL
Os protestos contra a Alca
nem começaram, mas já fizeram a primeira vítima: um dos
dois McDonald's do centro de
Québec não abrirá suas portas
durante a Cúpula das Américas, na cidade canadense.
É o que antecipa seu dono,
Richard Juneau, ao jornal "Le
Soleil". O outro restaurante talvez abra, porque deve ficar
dentro do perímetro de segurança, eufemismo criado pelas
autoridades para designar uma
espécie de estado de sítio em
áreas de cidades em que se realizam eventos internacionais.
A Cúpula das Américas deverá dar o impulso decisivo à Alca, motivo pelo qual os manifestantes antiglobalização marcaram para Québec mais um
dos "dias de ação global", desta
vez o A-20 (de abril-20).
Cada vez que há um grande
evento internacional há também manifestações contra ele.
Geralmente, as lojas do McDonald's são as vítimas preferidas,
tomadas como símbolos da
globalização: "O grande "M"
amarelo faz parte agora do jogo
da globalização", diz Juneau.
Mas nem Québec nem o "M"
amarelo são os únicos alvos das
manifestações. Estão previstos
atos em pelo menos 30 cidades,
de Albuquerque (Novo México, EUA) a Winnipeg (Canadá), passando por São Paulo.
Sob o slogan comum "Fechar
a Alca", os manifestantes farão
uma primeira demonstração
de força em Buenos Aires, entre os dias 5 e 7 de abril, quando
a capital argentina recebe primeiro os negociadores da Alca
e, em seguida, os ministros de
Comércio e Relações Exteriores dos 34 países da Alca.
"Esse evento é crucial porque
é nele que serão preenchidos os
espaços em branco no papel
que os presidente assinarão 15
dias depois, na Cúpula das
Américas", diz o texto dos manifestantes, cujo endereço eletrônico é www.a20.org.
A organização não-governamental "Global Exchange",
uma das que convocam os protestos, explica o motivo principal: "A Alca é essencialmente
uma expansão do Nafta (Acordo de Livre Comércio Norte-Americano, que reúne EUA,
Canadá e México). Mas o Nafta
provou ser um pesadelo para as
famílias de trabalhadores e para o meio ambiente".
Mas nem tudo são protestos.
O governo canadense abriu um
processo amplo de consultas
com a sociedade civil.
"Até o momento, mais de mil
organizações da sociedade civil
das Américas expressaram
seus pontos de vista ou fizeram
comentários sobre os temas
propostos para a Cúpula das
Américas", informam os anfitriões.
(CR)
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