São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Abate de vacas
O abate de fêmeas sustentou o crescimento de 8,7% de animais abatidos no ano passado em relação a 2002. A afirmação é de Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Dados da Scot e do IBGE indicam o abate de 6,7 milhões de vacas no ano passado, 41% mais do que 2002. O abate total de animais foi de 21,7 milhões de cabeças em 2003.

Dois motivos
Rosa lista dois fatores para essa alta nos abates de fêmeas: ciclo de baixa nos preços do bezerro e avanço da agricultura sobre as áreas de pastagens. O fenômeno continua neste ano -no primeiro trimestre, alguns frigoríficos chegam a formar escalas de abate com com quase 70% de fêmeas.

Consequências
Esse volume elevado de abate de fêmeas deve gerar pequena diminuição do rebanho brasileiro, que em 2002 estava em 185,4 milhões de cabeças, segundo análise de Tito Rosa na "Carta Boi" da Scot.

Exportações de trigo
O Brasil, principal importador de trigo, colocou 1,03 milhão de toneladas do produto no mercado externo na safra 2003/4. Essas exportações ocorreram devido à produção recorde de 5,8 milhões de toneladas no ano passado.

Custo Brasil
Apesar das exportações, o país -que consome 10 milhões de toneladas- continua dependente das importações. As exportações se devem aos baixos custos, diz José Maria dos Anjos, do Mapa. É mais barato vender o trigo do Sul para fora do país do que para o Nordeste devido aos custos, principalmente de impostos, diz ele.

Acima do previsto
Influenciados pelos elevados preços, os produtores dos EUA deverão semear uma área recorde de 30,5 milhões de hectares de soja na safra 2004/5, mostram dados de ontem do Usda. A área surpreendeu o mercado, que esperava 30,1 milhões de hectares.

Estoques
O mercado ficou surpreso, também, com os dados de estoques físicos de soja. No início de março eram de 24,7 milhões de toneladas, acima da previsão de 23,6 milhões, diz a AgRural. No mesmo período de 2003 estavam em 32,7 milhões de toneladas.

Abaixo das expectativas
A forte opção por soja vai provocar redução na área de milho em relação às expectativas. Segundo o Usda, os norte-americanos deverão dedicar 32 milhões de hectares para o milho nesta safra -o mercado previa 32,4 milhões. Os números da área de soja e de milho mexeram com os preços: os da soja caíram e os do milho subiram.

Recuo de preços
No Brasil, a saca de soja recuou para R$ 48,50, em média, com queda de 2,4%. Em Chicago, a queda foi de 2,1%. O milho subiu 1,6% no mercado interno e 2,5% em Chicago.

Algodão em alta
O indicador de preços do algodão Cepea/Esalq fechou em R$ 2,2276 por libra-peso na terça-feira, com alta de 5,62% no mês. Devido à lentidão da safra e à oferta menor do produto, as indústrias encontram dificuldades nas novas aquisições.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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