São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

SEM GANHOS
Os produtores de cana-de-açúcar vão receber R$ 39,86 por tonelada de matéria-prima entregue às indústrias nesta safra que se encerra, conforme dados do Consecana. Esse preço médio supera em 11,3% o de 2007/8. Esse ganho, no entanto, não cobre os custos elevados de produção que os produtores tiveram na safra 2008/9.

O QUE SEGURA
Dois produtos do setor impediram melhores ganhos para os produtores: açúcar VHP para o mercado externo, cujos preços médios ficaram em R$ 37,46, e álcool carburante -R$ 37,99. Os dois produtos representaram 52,86% da receita do setor. Já o açúcar branco para os mercados interno e externo superou a média do ano, o mesmo ocorrendo com o álcool anidro.

PREOCUPAÇÃO MAIOR
A maior preocupação dos produtores neste momento, no entanto, não são os preços médios obtidos durante a safra, mas se vão receber pelo produto entregue às usinas, informou um deles.

AGORA VAI
Agora que a questão ambiental começa a afetar de forma mais intensa os produtores agrícolas do Sul e do Sudeste, há grandes chances de uma solução para o problema. A avaliação é do deputado Homero Pereira (PR/MT) e foi feita em recente congresso da Abag, em São Paulo, diante de líderes do setor do agronegócio.

AINDA MAIS
A área com algodão deve recuar para 30,1 milhões de hectares na safra 2009/10, com queda de 3% sobre a anterior. Com isso, a produção deve recuar para 23,5 milhões de toneladas -queda de 1%. Os dados são do Icac (International Cotton Advisory Committee).

APESAR DA QUEDA
Queda de área e de produção vão continuar derrubando os estoques mundiais do produto, que caem para 11,9 milhões de toneladas. Apesar dessa queda, os preços do algodão não devem reagir enquanto não houver melhoras de expectativas na economia, dizem analistas.

SEM ENFRENTAMENTO
A reunião de ontem dos produtores argentinos com o governo não teve avanços. Cansados de enfrentamentos, os produtores estão mudando de tática. Vão reduzir o volume de vendas, principalmente de soja, o que diminuiria, por ora, o saldo das exportações.

PRESSÃO
A retenção da soja pode estar ocorrendo não só por pressão ao governo, mas também pela espera de melhores preços, principalmente devido ao aumento nas compras chinesas. Do lado do governo, a preocupação é que, sem as vendas da soja, haverá entrada menor de dólares no país e aquecimento ainda maior do dólar.


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