São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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GM admite recorrer à lei de falências

Novo CEO diz que terá de fechar mais fábricas e retomar plano de demissões

Montadora teve rejeitado pedido de empréstimo de US$ 16,6 bi do governo; plano da Chrysler para obter US$ 5 bi também foi negado


ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

O novo CEO (presidente-executivo) da GM, Frederick Henderson, afirmou ontem que o pedido de concordata se tornou a "opção mais provável" para a gigante automotiva americana e que, para evitar isso, será preciso apertar mais os cintos: serão fechadas mais fábricas, forçadas concessões maiores de funcionários e credores e lançado novo programa de demissões voluntárias.
A concordata é vista pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como a melhor opção para a GM para que ela possa se reestruturar, segundo apurou a agência Bloomberg.
Henderson, que dirigiu a GM Brasil entre 1997 e 2000, foi instalado interinamente no cargo anteontem, após a remoção forçada pelo governo de Richard Wagoner. O novo líder manteve o otimismo em entrevista coletiva e disse que a GM é capaz de atingir os objetivos impostos pela Casa Branca para conseguir ajuda federal.
A montadora, que em dezembro recebeu US$ 13,4 bilhões do governo, teve anteontem seu pedido de mais US$ 16,6 bilhões recusado pela Casa Branca, que rejeitou seu plano de viabilidade futura. Agora ela tem até 1º de junho para formular uma restruturação satisfatória e recebeu capital do governo para se manter ativa nos próximos 60 dias.
Henderson disse que será forçado a entrar com o pedido de concordata na Justiça se não conseguir cumprir o prazo -um plano de contingência já foi formulado. Ele pretende contatar nesta semana o sindicato dos funcionários (UAW) para pedir mudanças mais profundas nos encargos trabalhistas e sugeriu que seria melhor se o UAW e os credores da GM negociassem diretamente com o Tesouro dos EUA para avaliar as concessões. Afirmou também que deverá fechar mais fábricas além das 14 previstas até 2012. As marcas Saab e Hummer deverão ser vendidas, e a Pontiac, enxugada.
Sobre Wagoner, a GM afirmou que ele não receberá a rescisão de contrato, mas deixa o cargo com cerca de US$ 21 milhões entre aposentadoria, compensações devidas e ações.
A Chrysler, que solicitou ao governo mais US$ 5 bilhões depois de já ter recebido US$ 4 bilhões, também teve seu plano rejeitado. Ela tem 30 dias para fechar uma parceria com a italiana Fiat e tentar novo resgate.

Caça ao consumidor
Enquanto isso, as empresas continuam tentando aumentar a confiança do consumidor. A GM lançou ontem um plano que garante pagamentos de até US$ 500 por nove meses caso o comprador perca o emprego.
O plano chegou horas depois de outro anunciado pela Ford, que ofereceu financiamento a 0% e cobertura de até 12 prestações caso o comprador fique desempregado. A Ford alega estar em situação melhor que as concorrentes e não pediu dinheiro ao governo. Ontem, as ações da Ford subiram 9,4%, e as da GM caíram 28%. A Chrysler tem capital fechado.


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