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GM admite recorrer à lei de falências
Novo CEO diz que terá de fechar mais fábricas e retomar plano de demissões
Montadora teve rejeitado pedido de empréstimo de US$ 16,6 bi do governo; plano da Chrysler para obter US$ 5 bi também foi negado
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
O novo CEO (presidente-executivo) da GM, Frederick
Henderson, afirmou ontem
que o pedido de concordata se
tornou a "opção mais provável"
para a gigante automotiva americana e que, para evitar isso,
será preciso apertar mais os
cintos: serão fechadas mais fábricas, forçadas concessões
maiores de funcionários e credores e lançado novo programa
de demissões voluntárias.
A concordata é vista pelo presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, como a melhor
opção para a GM para que ela
possa se reestruturar, segundo
apurou a agência Bloomberg.
Henderson, que dirigiu a GM
Brasil entre 1997 e 2000, foi
instalado interinamente no
cargo anteontem, após a remoção forçada pelo governo de Richard Wagoner. O novo líder
manteve o otimismo em entrevista coletiva e disse que a GM é
capaz de atingir os objetivos
impostos pela Casa Branca para conseguir ajuda federal.
A montadora, que em dezembro recebeu US$ 13,4 bilhões
do governo, teve anteontem
seu pedido de mais US$ 16,6 bilhões recusado pela Casa Branca, que rejeitou seu plano de
viabilidade futura. Agora ela
tem até 1º de junho para formular uma restruturação satisfatória e recebeu capital do governo para se manter ativa nos
próximos 60 dias.
Henderson disse que será
forçado a entrar com o pedido
de concordata na Justiça se não
conseguir cumprir o prazo
-um plano de contingência já
foi formulado. Ele pretende
contatar nesta semana o sindicato dos funcionários (UAW)
para pedir mudanças mais profundas nos encargos trabalhistas e sugeriu que seria melhor
se o UAW e os credores da GM
negociassem diretamente com
o Tesouro dos EUA para avaliar
as concessões. Afirmou também que deverá fechar mais fábricas além das 14 previstas até
2012. As marcas Saab e Hummer deverão ser vendidas, e a
Pontiac, enxugada.
Sobre Wagoner, a GM afirmou que ele não receberá a rescisão de contrato, mas deixa o
cargo com cerca de US$ 21 milhões entre aposentadoria,
compensações devidas e ações.
A Chrysler, que solicitou ao
governo mais US$ 5 bilhões depois de já ter recebido US$ 4 bilhões, também teve seu plano
rejeitado. Ela tem 30 dias para
fechar uma parceria com a italiana Fiat e tentar novo resgate.
Caça ao consumidor
Enquanto isso, as empresas
continuam tentando aumentar
a confiança do consumidor. A
GM lançou ontem um plano
que garante pagamentos de até
US$ 500 por nove meses caso o
comprador perca o emprego.
O plano chegou horas depois
de outro anunciado pela Ford,
que ofereceu financiamento a
0% e cobertura de até 12 prestações caso o comprador fique
desempregado. A Ford alega
estar em situação melhor que
as concorrentes e não pediu dinheiro ao governo. Ontem, as
ações da Ford subiram 9,4%, e
as da GM caíram 28%. A
Chrysler tem capital fechado.
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