São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Economistas cobram avanço na questão fiscal

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil deveria aproveitar o status obtido ontem ante os investidores internacionais e se lançar num esforço para resolver o problema fiscal. Para economistas ouvidos pela Folha, a promoção do país pode ser uma excepcional oportunidade para que esse problema seja, enfim, enfrentado.
Até ontem de manhã, avaliações sobre quando o país seria elevado a grau de investimento consideravam o problema fiscal como a razão para o atraso. A decisão da Standard & Poor's tornou esse quesito relativo ante a enxurrada de capital que aporta no país.
Raul Velloso, economista e especialista em contas públicas, afirma que o Brasil não pode "cair na farra" e "torrar" os recursos com aumentos sem controle dos gastos correntes e deixar de resolver o problema fiscal. Segundo ele, é preciso manter investimentos para garantir o crescimento da economia, mas é fundamental controlar o aumento de gastos com pessoal e resolver o déficit previdenciário. "Se isso acontecer, aí o país ficará imbatível."
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo também acredita que o país deve aproveitar o momento e se empenhar na solução do problema fiscal, fundamento mais vulnerável da economia brasileira. A dependência menor de recursos da parte do governo reduz, segundo ele, a pressão que existe hoje sobre a política monetária.
Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados, também acha que a situação fiscal do país ainda é um ponto fraco, mas ressalta que a decisão da S&P de promover o país mesmo diante de um fundamento negativo indica que a agência não considera isso risco para os investidores.


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