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Economistas cobram avanço na questão fiscal
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil deveria aproveitar o
status obtido ontem ante os investidores internacionais e se
lançar num esforço para resolver o problema fiscal. Para economistas ouvidos pela Folha, a
promoção do país pode ser
uma excepcional oportunidade
para que esse problema seja,
enfim, enfrentado.
Até ontem de manhã, avaliações sobre quando o país seria
elevado a grau de investimento
consideravam o problema fiscal como a razão para o atraso.
A decisão da Standard & Poor's
tornou esse quesito relativo
ante a enxurrada de capital que
aporta no país.
Raul Velloso, economista e
especialista em contas públicas, afirma que o Brasil não pode "cair na farra" e "torrar" os
recursos com aumentos sem
controle dos gastos correntes e
deixar de resolver o problema
fiscal. Segundo ele, é preciso
manter investimentos para garantir o crescimento da economia, mas é fundamental controlar o aumento de gastos com
pessoal e resolver o déficit previdenciário. "Se isso acontecer,
aí o país ficará imbatível."
O economista Luiz Gonzaga
Belluzzo também acredita que
o país deve aproveitar o momento e se empenhar na solução do problema fiscal, fundamento mais vulnerável da economia brasileira. A dependência menor de recursos da parte
do governo reduz, segundo ele,
a pressão que existe hoje sobre
a política monetária.
Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados, também
acha que a situação fiscal do
país ainda é um ponto fraco,
mas ressalta que a decisão da
S&P de promover o país mesmo diante de um fundamento
negativo indica que a agência
não considera isso risco para os
investidores.
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