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Dólar volta ao nível de novembro de 2000
Investidores que apostam na baixa da moeda "ganharam" disputa em maio; BC restringe sua atuação ao mercado à vista
Mantega afirma que valorização do real se deve
a interesse de empresas e aplicadores em trazer divisa americana para o país
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Conhecidos como "vendidos", os investidores que apostaram na forte baixa do dólar tiveram um de seus maiores lucros em maio, mês em que a
moeda americana perdeu 5,5%
de seu valor e desabou para R$
1,925, o menor valor desde 1º de
novembro de 2000.
Maio foi também o mês em
que o Banco Central perdeu a
queda-de-braço com o mercado e desistiu de segurar a derrocada do dólar. A autoridade
monetária praticamente restringiu suas atuações ao mercado à vista. Até abril, ainda tentava apagar a sede do mercado
por meio de títulos que trocam
a variação cambial por juros.
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), a valorização
do real é conseqüência do interesse de empresas e investidores em trazer dólares para o
país. Em maio, o real subiu
5,06%. Mantega associou o movimento de ontem à expectativa de obtenção do grau de investimento e a uma operação
da Arcelor Mittal. A siderúrgica, relatou o ministro, está trazendo ao país entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões para pagar aos acionistas.
Ontem, mais uma vez o BC
entrou no mercado à vista para
tentar impedir uma maior queda do dólar. Estima-se que o BC
tenha comprado perto de US$
1,8 bilhão. O objetivo era evitar
que os "vendidos" faturassem
ainda mais na BM&F. Isso porque nos últimos dias do mês os
operadores do mercado futuro
costumam atuar com força no
câmbio à vista para influenciar
a taxa média que serve para liquidar os contratos na BM&F.
Calculada pelo BC, essa média
ficou ontem em R$ 1,9289
-quanto mais baixa, mais eles
ganhavam.
"Mais uma vez os vendidos
venceram. Vamos ver agora como será em junho. Se o BC não
baixar mais os juros, eles levarão o dólar para baixo de R$
1,90", disse Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.
"Após a atuação dos vendidos, o dólar pode subir para um
patamar mais razoável. Mas a
tendência de baixa continua",
disse Jason Vieira, economista
da Máxima/UpTrend.
Bolsa
Com dois "upgrades" na avaliação do Brasil, a Bovespa subiu 6,77% e teve um mês de recordes. Ontem, porém, caiu
0,49% e voltou a 52.269 pontos.
Para Flavio Serrano, economista da López Leon, as perspectivas continuam boas para
junho. Ele não descarta, porém,
momentos de baixa e considera
arriscado para investidores fora da Bolsa entrar no mercado
agora. "O risco menor eleva o
valor das ações brasileiras, mas
há espaço para valorizações na
Bovespa", disse Serrano.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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