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Governo Obama avança no controle de empresa nos EUA
Apesar de manter gestão privada, Estado é quem indica principais conselheiros
Aumento de participação estatal na GM visa salvar cerca de 230 mil empregos e manter produção de 20 mil automóveis diariamente
DE NOVA YORK
General Motors e Citigroup,
conhecidos no Brasil, nos EUA
e no mundo como dois dos
maiores ícones do capitalismo
norte-americano, são hoje na
prática empresas estatais.
Embora o governo mantenha
um certo lustro privado nos
dois, sua influência, assim como em bancos que receberam
bilhões de dólares dos contribuintes, é cada vez maior.
No caso da GM, o governo
dos EUA poderá terminar com
participação superior a 57%,
dependendo do acerto que venha a ser concretizado no processo de concordata. No Citigroup, o Estado acabará individualmente o maior acionista.
Há poucas semanas, o Citigroup decidiu incorporar a seu
capital boa parte dos US$ 45 bilhões em dinheiro estatal que
recebeu nos últimos meses. Isso será feito por meio da conversão das chamadas "preferred stocks" [ações preferenciais], que o governo tem, em
ações comuns.
Com isso, estima-se que o governo dos EUA será individualmente o maior acionista do Citi, com cerca de 35%.
Na prática, membros do conselho de administração e do comando de Citigroup e GM são
hoje pessoas indicadas pelo governo, assim como devem passar pelo setor público quaisquer medidas importantes no
caminho da reestruturação.
Com lucros e valores de mercado em níveis historicamente
baixos, dificilmente essas empresas sairão tão cedo do comando (e da UTI) estatal.
O atual constrangimento do
Estado e do setor corporativo
nos EUA, país que prega a economia de mercado como solução para a maioria dos problemas, será também um desafio
em relação às metas impostas
pela própria Casa Branca.
Como a de elevar o nível de
consumo de gasolina por quilômetro rodado da média atual de
11,9 km/litro para 16,8 km/litro
até 2016. Além disso, cerca de 1
milhão de americanos dependem hoje do seguro-saúde ou
de benefícios relacionados ao
sistema de aposentadoria da
GM, o que a torna parte de uma
questão social ainda maior.
Mas, por todas essas razões, a
GM e o governo norte-americano têm pressa. E esperam, no
melhor dos cenários, emergir
da concordata até agosto.
(FCZ)
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