São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vendas à vista no comércio de SP crescem até 3% em junho

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os setores de carros, eletrodomésticos e material de construção, aliada à maior confiança do consumidor na economia, resultou em alta de 2% a 3% nas vendas do comércio paulista em junho em comparação com maio, segundo levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Na comparação com 2008, as vendas a prazo continuaram em queda em junho, mas os negócios à vista voltaram a crescer, após registrar queda em abril e maio, segundo dados que devem ser divulgados hoje.
"Existe recuperação gradual do consumo, especialmente no caso de produtos de menor valor, geralmente pagos à vista. E, no caso dos bens duráveis, os incentivos fiscais tiveram efeito de diminuir a queda sobre 2008. Só que o que comanda a economia é a venda financiada, não a à vista", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
A rede Magazine Luiza informa que, em junho, as vendas cresceram 8% na comparação com igual mês do ano passado, considerando o mesmo número de lojas. Em maio, o crescimento tinha sido de 4% sobre maio de 2008. O crescimento é reflexo da redução do IPI e da queda nos juros, diz a empresa.
Já os lojistas de shoppings estimam que as vendas em junho tenham subido entre 3% e 4%, em média, ante junho de 2008, levando em conta que 4.000 lojas foram abertas nesse período por conta da inauguração de 25 shoppings no país. Considerando o mesmo número de lojas, a previsão é de empate nas vendas, segundo a Alshop, associação do setor.
Apesar dos dias mais frios neste ano, a produção de roupas no país continua em queda. De janeiro a junho, a produção de artigos de vestuário deve cair 13% sobre igual período do ano passado, segundo o Sindivestuário. Pedro Eduardo Fortes, diretor-executivo do sindicato, afirma que os importados, que representam de 6% a 7% do consumo de vestuário no país, podem atrapalhar as vendas de artigos nacionais. "Mas acreditamos que, a partir deste mês, a produção volta a ser positiva sobre julho de 2008."
Nos supermercados, os consumidores brasileiros não diminuíram as compras, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). De janeiro a maio, as vendas subiram 5,3% em relação a igual período do ano passado. Em maio, a alta foi de 4% sobre maio de 2008.
Douglas Uemura, economista da LCA, diz que a recuperação do comércio reflete a recuperação de crédito para a pessoa física, a redução das taxas de juros e a melhora no mercado de trabalho. "Quando o consumidor sente que o mercado de trabalho já não está tão ruim, ele volta a comprar, e isso reanima a economia", afirma.


Texto Anterior: Indústria ajusta estoques e começa a retomar fôlego
Próximo Texto: Aplicações que pagam juro lideram ranking em junho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.