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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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PREVIDÊNCIA PRIVADA

Governo dá mais prazo para entidades se adaptarem; meta é trazer recursos para a infra-estrutura

Fundo de pensão poderá investir em produção

JULIANNA SOFIA
SANDRA MANFRINI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) deu mais tempo para os fundos de pensão se enquadrarem nas regras de aplicação de seus recursos. O prazo, que terminaria ontem, foi estendido para dezembro de 2005. O governo também estuda alterar as atuais regras de aplicação dessas instituições, segundo o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy.
Essa foi a segunda vez que o conselho ampliou o prazo para enquadramento dos fundos de pensão. A primeira ocorreu em julho do ano passado. Segundo Darcy, não há motivo para obrigar os fundos a se ajustarem "açodadamente", pois isso poderia provocar prejuízos para o patrimônio das entidades.
O governo tem afirmado que os fundos de pensão serão fundamentais na estratégia de desenvolvimento sustentado do país. A intenção é utilizar recursos dessas entidades para investir em projetos de infra-estrutura.
No mês passado, ministros e presidentes dos três maiores fundos de pensão patrocinados por estatais federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras) se reuniram em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir um plano de investimentos, que poderia atingir R$ 400 bilhões em quatro anos.
Um dos principais entraves para os fundos se encaixarem nesse plano são as atuais regras de aplicação dos recursos. Hoje, por exemplo, uma entidade não pode investir mais que 60% do seu patrimônio em ações, caso adote planos de contribuição definida -aqueles em que o participante sabe o valor da contribuição, mas não sabe quanto receberá na aposentadoria.
No caso de planos de benefício definido -aqueles em que o participante sabe previamente qual será o valor de sua aposentadoria-, o limite para investimento em ações não pode ultrapassar 45% dos recursos da entidade.
Já o limite para investimento em imóveis não pode exceder 14% dos recursos de cada fundo.

Mudança de regras
O diretor do BC adiantou que o governo está estudando uma grande mudança nas regras que limitam as aplicações dos fundos de pensão. "A idéia é passar a avaliar a maturação dos planos. Os planos mais jovens podem ter menos liquidez e investir mais em ações. Os mais antigos precisam ter mais liquidez", disse Darcy.


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