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Aprovação de projetos deve demorar
Congressistas aliados do governo preveem que leis do pré-sal sejam aprovadas apenas no próximo ano
Deputados e senadores de partidos que apoiam Lula planejam criar quatro comissões especiais sobre novo marco regulatório
FERNANDA ODILLA
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Antes mesmo da chegada dos
projetos do pré-sal no Congresso, deputados federais e senadores governistas planejam
criar quatro comissões especiais para saciar o apetite da base por cargos e admitem que as
propostas devem virar lei somente às vésperas da eleição
presidencial, no próximo ano.
Os deputados Antonio Palocci (PT-SP), Arlindo Chinaglia
(PT-SP) e Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN) são os nomes mais cotados para relatar
os projetos. PT e PMDB estão
de olho, em especial, na proposta que trata do novo marco
regulatório, considerado o mais
importante pelo governo.
A quarta relatoria pode ficar
com um representante de outro partido da base, como Hugo
Leal (PSC-RJ). O PMDB do Rio
de Janeiro, contudo, se prepara
para pleitear cargos e tem como candidato Alexandre Santos -ligado a Eduardo Cunha,
coordenador da bancada peemedebista no Estado.
"O ideal seria uma comissão
especial só, mas politicamente
é inviável", afirma o deputado
Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do governo na Câmara.
Cabe ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
definir se os projetos irão a comissões especiais ou se tramitarão ao mesmo tempo em comissões temáticas da Casa.
A tendência é analisar os projetos separadamente e criar o
máximo de comissões especiais
possível. O regimento prevê
que, se uma proposta precisar
passar por mais de três comissões de mérito, deve ser criada
uma comissão especial. Não há
limite de número de comissões.
Até para a oposição
Para facilitar as discussões,
cogita-se até entregar uma das
quatro presidências para um
deputado da oposição, que ontem reclamou do regime de urgência na votação dos projetos.
Para acelerar a aprovação, o
governo federal rompeu o acordo com governadores e pediu
urgência. Contudo, mesmo
com a previsão regimental de
tramitação em no máximo 90
dias, não há garantia de que os
projetos serão votados neste
ano na Câmara e no Senado.
"Mesmo que siga à risca o
prazo, não será votado neste
ano", afirmou Ideli Salvatti
(PT-SC), líder do governo no
Congresso. Ela diz que os projetos devem ficar na Câmara
até 15 de outubro e ser remetidos ao Senado no início de novembro. "Mas com certeza o
Senado vai alterar o projeto e
ele terá que voltar à Câmara."
A vantagem do regime de urgência é, além do prazo máximo de tramitação de 45 dias,
poder levar ao plenário para votação matérias sem relatório
concluído. Projetos em regime
de urgência também têm prioridade sobre as demais propostas na pauta de votação. Contudo, há sempre a possibilidade
de retirar a urgência, em especial se não houver acordo.
Para dar celeridade às votações, o governo excluiu o item
mais polêmico das novas regras, a divisão de royalties. Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), continuam valendo as regras atuais enquanto se debatem os projetos no Congresso.
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