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Pessimismo contamina mercados asiáticos
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
As duas maiores Bolsas da
Ásia, de Tóquio e Hong Kong,
refletiram ontem, além do choque causado pela rejeição ao
pacote de resgate dos EUA, a diferença entre a situação econômica de seus países.
A maior Bolsa da Ásia, a de
Tóquio, teve queda de 4,12%
-ao pessimismo foram somadas más notícias sobre a saúde
da economia japonesa. A de
Hong Kong, depois de quedas
ao longo do dia, fechou com leve alta de 0,8%.
No Japão, números oficiais
divulgados ontem revelam que
a taxa de desemprego chegou a
4,2% em agosto, a maior em
dois anos. A produção industrial também diminuiu em
agosto, com recuo de 6,9% ante
o mesmo mês de 2007.
O Banco Central nipônico injetou 3 trilhões de ienes (US$
28,7 bilhões) no mercado, como parte dos esforços para aumentar a liquidez.
As maiores Bolsas da China
continental, Xangai e Shenzhen, estiveram fechadas por
conta do feriado pelo aniversário da Revolução Comunista.
Reabrem na segunda-feira.
Por enquanto, a China parece vacinada contra a crise. Ainda que o país tenha aberto sua
economia, cada vez mais integrada aos EUA, ela ainda mantém um mercado de capitais
bem fechado e restrito, regula a
entrada e a saída de investimentos e dirige com zelo a relação de sua moeda, o yuan, com
o dólar.
"Não há como evitar uma recessão nos EUA, mas há fatores
que mitigam os efeitos na China. O crescimento do país se
deve hoje muito mais a investimentos domésticos que a exportações. O peso do setor imobiliário é muito maior", disse à
Folha o economista James
McCormack, chefe para o mercado Ásia-Pacífico da agência
de classificação de risco Fitch
Ratings, em Hong Kong.
"Os depósitos em bancos chineses cresceram 20% em relação ao ano passado, o que ajuda
na liquidez bancária", diz. Mas
há sinais de desaceleração, em
especial na construção civil.
Medo na Índia
Na Índia, houve corrida às
agências e caixas eletrônicos do
ICICI, o maior banco privado
no país. Cerca de 70% do ICICI
pertence a investidores estrangeiros. A instituição tem US$ 5
bilhões em investimentos no
exterior, 60% deles ligados a
bancos europeus e americanos.
Para tentar conter o pânico
dos correntistas, o Banco Central indiano divulgou nota dizendo que o ICICI tem liquidez
suficiente para honrar suas
obrigações. Os demais grandes
bancos do país têm baixa exposição internacional.
Colaborou a Redação
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