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INDÚSTRIA
Vendas não compensam prejuízo
Acabam os estoques de vídeo e TV
ARTHUR PEREIRA FILHO
SILVANA QUAGLIO
da Reportagem Local
A indústria de aparelhos eletroeletrônicos retoma a produção na
segunda-feira com os estoques de
videocassetes e de televisores de 14
e 20 polegadas esgotados.
Um levantamento feito na semana passada pela Eletros, a entidade
que representa os fabricantes do
setor, mostra que a procura por esses artigos superou as expectativas
e zerou os estoques dos produtores, que não puderam atender aos
pedidos das lojas. Os estoques de
aparelhos de televisão mais sofisticados e de outros artigos eletrônicos continuam normais.
Os televisores em falta são os
mais simples, que custam entre R$
280 e R$ 350. Este é mais um indício de que o Natal foi de presentes
de valor menor. Nas contas da Eletros, a recuperação não será suficiente para reverter os resultados
ruins: o faturamento deverá ser
25% menor do que o de 97.
Aparelhos de telefone celular foram os campeões de vendas entre
os eletroeletrônicos. Mas os modelos mais baratos, na faixa de R$
300, é que sumiram das prateleiras.
Desde meados de dezembro, a
Gradiente não tem mais aparelhos
"Skyway" (os mais baratos da marca). Apenas algumas lojas da BCP
têm disponíveis o modelo ou equivalentes de outras marcas. O estoque do "Skyway" não será reposto.
Em substituição, a Gradiente lançou, na semana passada, o modelo
"Strike", que custará R$ 499 para o
consumidor.
O aquecimento das vendas de televisores e de videocassetes nos últimos dois meses de 98 surpreendeu a indústria. Em setembro,
após rever para baixo as estimativas iniciais, o setor calculou que
conseguiria vender 5 milhões de
televisores no ano passado. O resultado será bem melhor -entre
5,8 milhões e 6 milhões de aparelhos- , apesar de cerca de 23% inferior ao resultado de 97.
A Semp Toshiba, que detém cerca de 15% do mercado, chegou a
anunciar que concederia férias coletivas aos funcionários pela primeira vez em 20 anos. No início de
dezembro, as férias foram suspensas para que a empresa pudesse
atender ao aumento de pedidos.
A procura por videocassetes
também surpreendeu os fabricantes. As 20 marcas associadas à Eletros fecharam 98 com 2 milhões de
unidades vendidas, previsão feita
em janeiro e que chegou a ser refeita por causa da queda de vendas no
meio do ano. Em 97, a venda chegou a 2,45 milhões.
Na Gradiente, os estoques de TV,
de videocassete e de áudio estavam
baixos nos últimos dias do ano,
mas não havia nenhum item em
falta, segundo o presidente da empresa, Eugênio Staub.
"O Natal foi melhor do que se esperava, mas a crise continua", afirmou. Staub, que também dirige o
Iedi (Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial), disse que as vendas no Natal não mudaram a expectativa da indústria
com relação a 99.
"Continuamos nos preparando
para um ano difícil", afirmou.
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