São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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Grandes empregadores reclamam da mudança

DA REPORTAGEM LOCAL

James Meaney, presidente da empresa de call center Contax, que emprega 29 mil pessoas, afirma que o impacto da nova Cofins sobre seu negócio será "catastrófico". Walter Lasemina, presidente do sindicato dos incorporadores de imóveis, prevê redução de investimentos no seu setor decorrente do aumento estimado da carga tributária de 42% para 46%.
Em geral, as empresas que mais empregam serão as mais afetados pela nova Cofins. A construção é um dos maiores empregadores individuais do país, com cerca de 1,2 milhão de empregos diretos. A avaliação do setor é que a nova contribuição afetará da incorporação -primeiro passo para a construção- à venda do imóvel.
As empresas de telemarketing empregam aproximadamente 500 mil pessoas, segundo Marcelo Rocha, diretor-executivo da ABT (Associação Brasileira de Telemarketing), entidade que tem cerca de 400 associados.
Segundo Rocha, o ritmo de crescimento do setor, que foi de 10% ao ano até 2003, deve cair à metade em conseqüência da nova Cofins. Isso significa que a previsão de criar 50 mil empregos em 2004 caiu para 25 mil.
A Contex é um bom exemplo do que pode ocorrer no setor. Os salários de seus 29 mil empregados representam cerca de 85% de seu custo. No ano passado, a empresa faturou R$ 400 milhões e pagou R$ 12 milhões de Cofins (com a alíquota de 3%). Se repetir o mesmo faturamento em 2004, pagará quase R$ 30 milhões de Cofins, com a nova alíquota de 7,6%.
"Nosso preço vai ter de aumentar porque não temos como absorver essa elevação de custos", afirma Meaney. (CT)


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