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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Ata do Copom, que será divulgada hoje oficialmente, foi colocada no site ontem e contém as previsões

BC já vê alta menor para gasolina, gás e luz

SANDRA MANFRINI
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu sua previsão de aumento dos preços da gasolina, luz e gás devido à recente queda do dólar, mas mesmo assim decidiu por manter os juros em 26,5% porque ainda tem dúvidas sobre a velocidade de queda da inflação.
A avaliação consta da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que deveria ser divulgada hoje, mas acabou vazando ontem pelo site do BC na internet.
A avaliação do Copom é que os preços da gasolina e do gás de botijão sejam reajustados neste ano em 8,4% e 1,6%, respectivamente. Em março, o Copom previa uma alta de 12,4% para a gasolina e de 4,2% para o gás de botijão.
A nova projeção já leva em conta os reajustes concedidos nos primeiros meses do ano e a redução do preço da gasolina, anunciada nesta semana, e mostra que o BC não prevê nenhum novo aumento ou redução de preços.
As tarifas de energia elétrica deverão subir 24,5% neste ano, e não mais 27,5% como previsto antes.
Com essas revisões, o Copom reduziu a projeção de aumento para o conjunto das tarifas públicas e preços monitorados neste ano de 16,8% para 15,3%.
"A apreciação cambial, a consequente diminuição das projeções para os reajustes das tarifas de eletricidade e a diminuição dos preços dos derivados de petróleo foram as maiores responsáveis pela queda de 1,5 ponto percentual em relação às projeções de março", diz o documento.
Segundo a ata da reunião, mantidos os juros em 26,5% ao ano e o câmbio no patamar que prevalecia na véspera do encontro -de R$ 3,06-, a inflação ainda ficaria acima da meta ajustada de 8,5%.
De acordo com a ata, "a queda mais lenta da inflação indica a existência de um maior grau de inércia na formação de preços na economia, ainda que esse fenômeno possa vir a se mostrar temporário". Para o Copom, esse grau de inércia depende da sistemática de reajustes de preços e de salários. Ainda existem riscos se os futuros reajustes desses preços se basearem na inflação acumulada em lugar da inflação futura.
No entanto, os diretores do BC entenderam que essas incertezas sobre a velocidade de queda da inflação não "serão esclarecidas no ínterim das reuniões, mas num prazo mais prolongado".
Por isso, o Copom decidiu retirar o viés de alta, que permitia ao presidente do BC elevar os juros sem precisar de nova reunião.


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