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RECEITA ORTODOXA
Ata do Copom, que será divulgada hoje oficialmente, foi colocada no site ontem e contém as previsões
BC já vê alta menor para gasolina, gás e luz
SANDRA MANFRINI
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Copom (Comitê de Política
Monetária do Banco Central) reduziu sua previsão de aumento
dos preços da gasolina, luz e gás
devido à recente queda do dólar,
mas mesmo assim decidiu por
manter os juros em 26,5% porque
ainda tem dúvidas sobre a velocidade de queda da inflação.
A avaliação consta da ata da última reunião do Copom (Comitê
de Política Monetária) do Banco
Central, que deveria ser divulgada
hoje, mas acabou vazando ontem
pelo site do BC na internet.
A avaliação do Copom é que os
preços da gasolina e do gás de botijão sejam reajustados neste ano
em 8,4% e 1,6%, respectivamente.
Em março, o Copom previa uma
alta de 12,4% para a gasolina e de
4,2% para o gás de botijão.
A nova projeção já leva em conta os reajustes concedidos nos primeiros meses do ano e a redução
do preço da gasolina, anunciada
nesta semana, e mostra que o BC
não prevê nenhum novo aumento ou redução de preços.
As tarifas de energia elétrica deverão subir 24,5% neste ano, e não
mais 27,5% como previsto antes.
Com essas revisões, o Copom
reduziu a projeção de aumento
para o conjunto das tarifas públicas e preços monitorados neste
ano de 16,8% para 15,3%.
"A apreciação cambial, a consequente diminuição das projeções
para os reajustes das tarifas de eletricidade e a diminuição dos preços dos derivados de petróleo foram as maiores responsáveis pela
queda de 1,5 ponto percentual em
relação às projeções de março",
diz o documento.
Segundo a ata da reunião, mantidos os juros em 26,5% ao ano e o
câmbio no patamar que prevalecia na véspera do encontro -de
R$ 3,06-, a inflação ainda ficaria
acima da meta ajustada de 8,5%.
De acordo com a ata, "a queda
mais lenta da inflação indica a
existência de um maior grau de
inércia na formação de preços na
economia, ainda que esse fenômeno possa vir a se mostrar temporário". Para o Copom, esse
grau de inércia depende da sistemática de reajustes de preços e de
salários. Ainda existem riscos se
os futuros reajustes desses preços
se basearem na inflação acumulada em lugar da inflação futura.
No entanto, os diretores do BC
entenderam que essas incertezas
sobre a velocidade de queda da inflação não "serão esclarecidas no
ínterim das reuniões, mas num
prazo mais prolongado".
Por isso, o Copom decidiu retirar o viés de alta, que permitia ao
presidente do BC elevar os juros
sem precisar de nova reunião.
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