São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Uruguai diz que sairá do Mercosul

DA REDAÇÃO

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse, em visita a Washington, que se propõe a quebrar o pacto firmado no tratado do Mercosul para que o país deixe de ser membro pleno do bloco e se torne apenas um país associado ao grupo regional. Vázquez declarou ainda que o bloco "é mais um problema que uma solução para o Uruguai" em entrevista ao "Canal 10", de Montevidéu.
A notícia se junta ao anúncio da nacionalização de hidrocarbonetos na Bolívia e representa mais um fator de enfraquecimento do bloco sul-americano.
O Uruguai integra o Mercosul como membro pleno do grupo junto com Argentina, Brasil e Paraguai, desde 1991, ano em que foi fundado com o Tratado de Assunção. A Venezuela está em processo de adesão plena ao bloco. Chile e Bolívia integram o Mercosul como países associados.
Segundo o canal de televisão, Vázquez disse buscar uma modificação na estratégia de inserção internacional do país, que agora pretende abrir seu comércio para todo o mundo.
Vázquez viajou na semana passada para o México, país com quem o Uruguai mantém um tratado de livre comércio, e procura ampliar relações comerciais com os Estados Unidos, principal destino das exportações uruguaias nos últimos anos.

Exemplo vizinho
Vázquez e seu ministro da economia, Danilo Astori, têm procurado seguir o caminho da esquerda governante no Chile, que assinou tratados de livre comércio com União Européia, EUA e países asiáticos, inclusive a China. Em 1976, o Chile abandonou o Pacto Andino e iniciou sua abertura ao comércio mundial.
Até 1998, 50% das exportações eram voltadas para o Mercosul. Entretanto, a desvalorização da moeda brasileira em 1999 e a crise argentina de 2001 fizeram com que as vendas do país para a região caíssem para metade, enquanto as exportações para os Estados Unidos registraram elevações consideráveis, principalmente no setor de carnes.

Críticas
O presidente uruguaio vem criticando duramente o funcionamento do Mercosul, sobretudo a partir do grave entrave político com a Argentina por causa da instalação de uma fábrica de celulose em território uruguaio sobre um rio que fica na fronteira entre os dois países.
A Argentina á contra a instalação. Diz que os projetos da empresa finlandesa Botnia e da espanhola Ence podem contaminar a bacia do rio Uruguai e, por isso, representam um grande risco para o ambiente.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Bolivianos pretendem expropriar, afirma Eike
Próximo Texto: Crise no ar: Varig pode ter recurso, mas fundação, não
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.