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CRISE NO AR
Dilma Rousseff diz que BNDES só emprestará a investidor que for administrar aérea e tiver fundamento "sólido"
Varig pode ter recurso, mas fundação, não
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) confirmou ontem que o
governo irá conceder um empréstimo, por meio do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), para o investidor que tiver condições de
comprar a operação doméstica da
Varig, dentro da proposta de divisão da empresa.
Segundo ela, a atitude de "não
colocar dinheiro em empresa falida" se aplica com exclusividade à
Fundação Ruben Berta, dona de
87% do capital da empresa.
O "empréstimo-ponte" em
questão, estimado em cerca de
US$ 100 milhões, é a peça-chave
do chamado "Plano B" de recuperação da empresa. Esse plano já
vinha sendo discutido desde a semana passada e será votado hoje
em assembléia de credores.
Nele, a Varig é dividida em duas
operações: a "Varig velha" ficaria
com as rotas internacionais, os
passivos e o plano de recuperação
judicial e a "Varig nova", com o
lado financeiro sanado, ficaria
com as rotas domésticas e seria
leiloada. O BNDES não pode emprestar diretamente para a Varig
por causa do passivo.
"Temos todo o interesse em emprestar para alguém que tenha
fundamentos sólidos. Não vamos
emprestar se for mantida qualquer participação da Ruben Berta", disse Dilma em Nova York,
durante palestra da Câmara de
Comércio Brasil-Estados Unidos.
Segundo a ministra, o governo
"fará todo o possível para resgatar
o nome Varig, os empregos e as
condições para continuar voando" e insistiu que em hipótese alguma disponibilizaria recursos
que possam ser operados pela
Ruben Berta. Medindo as palavras, disse que o motivo é a "gestão não considerada eficiente".
"O "empréstimo-ponte" não é
um empréstimo solto no ar", afirmou Dilma, ressaltando que o governo já tem informação da vários interessados na nova Varig.
Desentendimento
Dilma tentou amenizar para a
platéia de empresários e banqueiros o grau de desentendimento
entre o ministro Guido Mantega
(Fazenda) e o presidente do BC,
Henrique Meirelles, a respeito do
ritmo de redução das taxas de juros. Ela afirmou que as discussões
internas ou debates são normais.
"Acredito que seja legítimo que
o Ministério da Fazenda e o Banco Central debatam os ritmos [de
redução dos juros]. Mas não há
possibilidade de perda de controle ou de cenário de especulação."
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