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Nem todo livro que é sucesso lá fora "decola" no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
É preciso faro e sorte para
identificar livros que vão se tornar grandes fenômenos mundiais. O sucesso em um mercado como o americano não é garantia de sucesso no Brasil, e vice-versa. Maior sucesso da história da Sextante, o livro de autoajuda "O Monge e o Executivo" vendeu 2,4 milhões no Brasil. Adquirido com um adiantamento de US$ 3.000, nunca
decolou nos EUA: em 12 anos,
vendeu 200 mil exemplares.
A Sextante conta com cinco
pessoas dedicadas a farejar novos títulos. "O instinto, que é
uma síntese de informações e
experiências, cheio de falhas e
distorções, ainda é o elemento
principal", diz Tomás Pereira,
da Sextante. "Não tentamos
adivinhar o que os leitores vão
gostar. Gostamos do livro e
imaginamos que as outras pessoas vão gostar."
Do catálogo da Sextante, sete
títulos venderam mais de 1 milhão de exemplares e 90 venderam mais de 100 mil. "Um livro
se torna um best-seller fundamentalmente por sua força
própria, que gera o boca-a-boca. Mas ajuda muito ter um preço acessível, uma boa distribuição", avalia Tomás.
Jorge Oakim, da Intrínseca,
conta que conseguiu seu primeiro best-seller, "A Menina
que Roubava Livros" (1,3 milhão de exemplares vendidos),
pela força de uma carta para o
autor Markus Zusak.
"Tinha uma editora muito
maior na disputa, e o agente me
pediu para escrever uma "love
letter" [carta de amor, na tradução literal] dizendo por que
aquele livro era importante para mim." O primeiro lugar onde
o livro estourou no mundo foi
no Brasil.
Além da qualidade do título e
do preço, Oakim acrescenta o
marketing como ingrediente
fundamental para o sucesso de
um livro. "A gente nunca deixa
o livro sozinho. Temos poucos
títulos, e todos os livros que decidimos publicar merecem a
nossa atenção", diz Oakim, 40.
Sem tradição familiar no ramo
editorial, ele largou um emprego no mercado financeiro para
montar a editora.
Oakim não revela quanto,
mas diz que a Intrínseca investe bastante em marketing. Divulga livros com anúncios em
jornal e adesivos nos ônibus do
Rio de Janeiro. Com a maior
parte dos títulos voltada para o
público infantojuvenil, a Intrínseca também tem um marketing bastante agressivo na internet e nas redes sociais.
(MB)
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