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Para especialistas, sistema tem custo elevado para a sociedade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de reafirmarem a relevância da Previdência na redução da pobreza, especialistas
ouvidos pela Folha avaliam que
o sistema de proteção social
tem custo elevado para o Estado e para as empresas.
Para o especialista da OIT
(Organização Internacional do
Trabalho) e ex-secretário de
Previdência Social Vinícius Pinheiro, a distribuição de renda
promovida pela previdência é
feita com a tributação da folha
de salários das empresas.
"Muitas empresas não suportam esse peso [tributário], o
que limita a formalização de
novos trabalhadores. É com esses recursos que se distribui
renda para os informais. Ou seja, há uma sobrecarga sobre os
formais que pode acabar matando a galinha dos ovos de ouro", disse o especialista. "O governo precisa rever isso e passar a tributar o consumo."
Na opinião do analista da
Consultoria Tendências Denis
Blum, o custo dessa rede de
proteção social é a redução da
capacidade do Estado de investir, gerando menos empregos e
menos receitas. "No Brasil, as
receitas correntes estão crescendo, mas as despesas aumentam mais. Não é possível ter
uma rede de proteção generosa
e ao mesmo tempo reclamar do
aumento da carga tributária."
Segundo ele, o governo brasileiro tem um excesso de receitas e despesas vinculadas, dando pouca liberdade para a administração do Orçamento.
Além disso, ele afirma que é
preciso avaliar as ineficiências
do sistema previdenciário.
Pinheiro ainda destaca que o
aumento da formalidade apontado pelo ministério, de 61,7%
em 2002 para 63,5% em 2005,
é muito pequeno para ser comemorado. "Certamente é reflexo do crescimento econômico, mas não foi tão expressivo."
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