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Adesão ao Supersimples vai até fim de julho
Receita admite que parte dos setores pode não ter carga tributária menor no novo regime de tributação de pequenas empresas
Sistema atual substitui seis tributos federais; já o novo, que estréia no próximo mês, englobará também o ICMS, estadual, e o ISS, municipal
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Micro e pequenas empresas
terão até o final de julho para
fazer a opção pelo Supersimples -o regime especial de tributação que estréia no próximo
mês- e pelo novo programa de
parcelamento de dívidas oferecido pela Receita Federal.
Por meio de duas resoluções,
a Receita começou ontem a regulamentação do Supersimples, que, como o nome indica,
será uma ampliação do Simples. O imposto atual substitui
seis tributos federais, e o novo
substituirá também o ICMS,
estadual, e o ISS, municipal.
Segundo o secretário da Receita, Jorge Rachid, o Supersimples significará redução da
carga tributária para 97% das
empresas que hoje estão no
Simples. As exceções, disse, são
as empresas do setor de serviços de maior faturamento.
Estudos de empresa de consultoria também indicam que o
setor de serviços será o mais
afetado, mas vêem aumento de
carga também em outros setores, como indústria e comércio
-não é possível fazer um único
cálculo porque o ICMS e o ISS
variam conforme o local e o
produto ou serviço.
São consideradas pequenas
empresas aquelas com renda
bruta anual até R$ 2,4 milhões.
Dependendo da situação, pode
ser vantajoso até evitar a opção
pelo Supersimples: Rachid citou o exemplo de empresas que
estão registrando prejuízos nos
balanços. Pelas resoluções da
Receita, as empresas que estão
hoje no Simples migrarão automaticamente para o Supersimples -as que preferirem deixar
o regime especial de tributação
devem comunicar essa opção à
Receita até o final de julho.
Só não poderão aderir ao novo tributo as empresas com dívida com o fisco. Para esses casos, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada em
2006, criou mais um programa
de parcelamento de dívidas, o
quarto desde 2000.
O programa, o primeiro exclusivo para micro e pequenas
empresas, permitirá o parcelamento em 120 meses, com
prestações mínimas de R$ 100
e correção pela taxa do Banco
Central, hoje em 12,5% anuais.
Só serão parceladas dívidas referentes aos oito tributos substituídos pelo Supersimples.
O novo regime, diz o governo,
reduzirá a informalidade. Em
2005, pelos dados do Sebrae,
havia 10,3 milhões de empresas
informais e 5,4 milhões de formais. No Simples, hoje, são 2,56
milhões de empresas.
Só os cinco Estados mais ricos -São Paulo, Rio, Minas, Rio
Grande do Sul e Paraná- estão
obrigados a adotar plenamente
a tabela do Supersimples. Nos
demais, o tributo só substituirá
o ICMS e o ISS para as empresas com renda até R$ 1,2 milhão
ou R$ 1,8 milhão, dependendo
da participação do Estado na
economia nacional.
Apoiada pela quase unanimidade do lobby empresarial, a
Lei Geral foi proposta em 2004
e praticamente só enfrentou
resistências dos fiscos federal,
estaduais e municipais. Para
minimizar a perda de arrecadação neste ano, um acordo no
Senado adiou para o segundo
semestre o início da vigência do
Supersimples. Com isso, a estimativa de perda para a Receita
foi reduzida pela metade, para
R$ 2,7 bilhões. Não há estimativa consensual para a renúncia
fiscal nos Estados e municípios
-vão de zero a R$ 9 bilhões.
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