São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Segundo imóvel ainda é aposta arriscada no país

Para analistas, há investimentos de menor risco que acompanham expansão imobiliária

Aluguel dificilmente passa de 0,6% do montante total aplicado no imóvel, o que proporciona rendimento menor do que a poupança

DA REPORTAGEM LOCAL

Se comprar o primeiro imóvel é sempre um importante passo na segurança financeira de uma pessoa, o mesmo não é indicado para quem quer pegar carona no "boom" e investir num segundo imóvel com vistas à valorização, como faziam as gerações passadas para garantir renda extra na aposentadoria por meio de aluguéis.
Além de pagarem imposto de renda, os aluguéis dificilmente passam de 0,6% do valor imobilizado -rendem menos do que a poupança. A valorização também é um mito para os imóveis velhos. "O "boom" acontece nos lançamentos, que têm um marketing forte e apostam numa arquitetura que os prédios velhos não têm. O imóvel usado não tem essa valorização toda", disse Ricardo Almeida, professor do Ibmec-SP.
"O Brasil não está para o segundo imóvel. No passado, era uma forma de se defender da inflação", disse Osvaldo Fonseca, diretor da Abecip (associação das entidades de crédito).
Isso sem falar no custo de uma eventual "desimobilização" do capital, que sempre prevê dois gastos altos: 6% para o corretor e de 10% a 20% de desconto para atrair um comprador com dinheiro à vista.
Para quem acredita na expansão imobiliária, há outras formas de pegar a mesma carona: primeiro, comprando ações do setor imobiliário -em caso de "boom", refletirá nos papéis; segundo, investindo em fundos imobiliários, que gerenciam imóveis comerciais; a terceira opção são os fundos de recebíveis imobiliários, que adiantam as prestações das construtoras; a quarta é comprar letras hipotecárias ou de crédito emitidas pelos bancos -há isenção fiscal, mas reflete o juro baixo do financiamento habitacional.
"Se é para especular, o ambiente para isso é o mercado, em que se pode sair fácil e rápido", disse Ricardo Almeida.
Há ainda de se computar inadimplência e períodos em que o imóvel fica vago e em que se pagam condomínio e IPTU -no mercado financeiro, quando um investimento fica no zero-a-zero, não há impostos.
A única ressalva feita é o investimento em um imóvel na planta, que costuma prever um bônus de 20% em relação ao valor na entrega das chaves. Para vender, porém, terá de concorrer com a incorporadora, que terá maior poder de barganha.


Texto Anterior: FolhaInvest
"Boom" imobiliário acentua alta de preços

Próximo Texto: Escolha da casa envolve visão de longo prazo e negociação no financiamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.