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Segundo imóvel ainda é aposta arriscada no país
Para analistas, há investimentos de menor risco que acompanham expansão imobiliária
Aluguel dificilmente passa de 0,6% do montante total aplicado no imóvel, o que proporciona rendimento menor do que a poupança
DA REPORTAGEM LOCAL
Se comprar o primeiro imóvel é sempre um importante
passo na segurança financeira
de uma pessoa, o mesmo não é
indicado para quem quer pegar
carona no "boom" e investir
num segundo imóvel com vistas à valorização, como faziam
as gerações passadas para garantir renda extra na aposentadoria por meio de aluguéis.
Além de pagarem imposto de
renda, os aluguéis dificilmente
passam de 0,6% do valor imobilizado -rendem menos do que
a poupança. A valorização também é um mito para os imóveis
velhos. "O "boom" acontece nos
lançamentos, que têm um marketing forte e apostam numa
arquitetura que os prédios velhos não têm. O imóvel usado
não tem essa valorização toda",
disse Ricardo Almeida, professor do Ibmec-SP.
"O Brasil não está para o segundo imóvel. No passado, era
uma forma de se defender da
inflação", disse Osvaldo Fonseca, diretor da Abecip (associação das entidades de crédito).
Isso sem falar no custo de
uma eventual "desimobilização" do capital, que sempre
prevê dois gastos altos: 6% para
o corretor e de 10% a 20% de
desconto para atrair um comprador com dinheiro à vista.
Para quem acredita na expansão imobiliária, há outras
formas de pegar a mesma carona: primeiro, comprando ações
do setor imobiliário -em caso
de "boom", refletirá nos papéis;
segundo, investindo em fundos
imobiliários, que gerenciam
imóveis comerciais; a terceira
opção são os fundos de recebíveis imobiliários, que adiantam
as prestações das construtoras;
a quarta é comprar letras hipotecárias ou de crédito emitidas
pelos bancos -há isenção fiscal, mas reflete o juro baixo do
financiamento habitacional.
"Se é para especular, o ambiente para isso é o mercado,
em que se pode sair fácil e rápido", disse Ricardo Almeida.
Há ainda de se computar inadimplência e períodos em que o
imóvel fica vago e em que se pagam condomínio e IPTU -no
mercado financeiro, quando
um investimento fica no zero-a-zero, não há impostos.
A única ressalva feita é o investimento em um imóvel na
planta, que costuma prever um
bônus de 20% em relação ao valor na entrega das chaves. Para
vender, porém, terá de concorrer com a incorporadora, que
terá maior poder de barganha.
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